quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

As mulheres na carreira diplomática brasileira: uma análise do ponto de vista da literatura sobre mercado de trabalho e gênero

Em abril de 2012, na cerimônia de formatura da turma 2010-2012 do Instituto Rio Branco (IRBr), a oradora assumiu o pódio para proferir seu discurso. Foi um histórico – e incomum – pronunciamento. Calmamente, ela apresentou o sentimento de muitos colegas:
Entre os 108 diplomatas que hoje se formam, encontramos menos diversidade de origem, de raça, de gênero, de crença, de classe social, de orientação sexual do que gostaríamos. Faltam mulheres, índios, negros, deficientes. A diversidade característica da população brasileira ainda não se reflete na participação política, tampouco na formação do quadro diplomático. Se houve avanços, e certamente houve, admitamos que não foram suficientes. Ainda somos um ministério majoritariamente branco e masculino.[1]
O desabafo da diplomata reflete uma conscientização maior do Itamaraty sobre como as desigualdades da sociedade brasileira são reproduzidas no seio do aparato estatal. Observando países mais igualitários no exterior, apoiando um sistema de regras internacional voltado para a promoção dos direitos humanos e com a confiança de que as estruturas decisórias são mais permeáveis a demandas reformistas, uma nova geração de servidores tenta, atualmente, mudar um órgão considerado por muitos como vetusto e avesso a novidades.[2]
Fonte: Mundorama

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