quinta-feira, 30 de julho de 2015

França abre as portas para estudantes brasileiros

O governo francês está oferecendo aos brasileiros uma grande oportunidade de estudar no ensino público do país e os primeiros passos para a realização desse sonhos devem ser dados pela candidatura feita pela internet. A agência oficial do governo francês é a responsável por recrutar e auxiliar os estudantes nesse processo, além de intermediar o contato entre os estudantes e as instituições francesas. A Campus France oferece dicas e suporte on-line para os interessados.
São mais de 190 tipos de bolsas de estudo para alunos brasileiros em cidades espalhadas por toda a França. Com o subsídio do governo francês, as bolsas cobrem a maior parte das despesas anuais do aluno. O país oferecerá uma ajuda de custo para a hospedagem dos alunos, a qual todos os estudantes de direito, sendo eles franceses ou estrangeiro. Esse auxílio será de acordo com o valor do aluguel e com a condição financeira de cada estudante.
Para conseguir esse auxílio o estudante precisa residir legalmente na França, não morar com familiares, ter um visto com mais de seis meses e estar matriculado em uma instituição de Ensino Superior no país.
No Brasil, os cursos mais procurados são os da área de engenharia, mas outras áreas também são oferecidas como administração e negócios, estudos políticos, artes plásticas, design, moda, arquitetura entre outros.

Instruções básicas  para conseguir uma bolsa
1- Escolha o curso desejado de graduação, mestrado, especialização, doutorado ou pós doutorado.Clique aqui para ver todas as possibilidades de cursos;
2- Faça o cadastro no site do Campus France para criar o dossiê eletrônico (ou seja, iniciar o cadastro);
3- Prepare a candidatura ao programa pelo site do Campus France;
4- Faça os testes oficiais de proficiência na língua francesa, que variam de universidade para universidade, podendo ser o Delf, Dalf ou TCF. Mas a grande maioria das universidades exigem um nível intermediário de francês para conseguir a bolsa.
Veja matéria completa clicando aqui.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Blogueiro britânico diz que brasileiros exageram na rejeição ao Brasil

Pouco depois de chegar a São Paulo, fui a uma loja na Vila Madalena comprar um violão. O atendente, notando meu sotaque, perguntou de onde eu era. Quando respondi "de Londres", veio um grande sorriso de aprovação. Devolvi a pergunta e ele respondeu: ‘sou deste país sofrido aqui’.
Fiquei surpreso. Eu - como vários gringos que conheço que ficaram um tempo no Brasil - adoro o país pela cultura e pelo povo, apesar dos problemas. E que país não tem problemas? O Brasil tem uma reputação invejável no exterior, mas os brasileiros, às vezes, parecem ser cegos para tudo exceto o lado negativo. Frustração e ódio da própria cultura foram coisas que senti bastante e me surpreenderam durante meus 6 meses no Brasil. Sei que há problemas, mas será que não há também exagero (no sentido apartidário da discussão)?
Tem uma expressão brasileira, frequentemente mencionada, que parece resumir essa questão: complexo de vira-lata. A frase tem origem na derrota desastrosa do Brasil nas mãos da seleção uruguaia no Maracanã, na final da Copa de 1950. Foi usada por Nelson Rodrigues para descrever “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”.
E, por todo lado, percebi o que gradualmente comecei a enxergar como o aspecto mais 'sofrido' deste país: a combinação do abandono de tudo brasileiro, e veneração, principalmente, de tudo americano. É um processo que parece estrangular a identidade brasileira.
Sei que é complicado generalizar e que minha estada no Brasil não me torna um especialista, mas isso pode ser visto nos shoppings, clones dos 'malls' dos Estados Unidos, com aquele microclima de consumismo frígido e lojas com nomes em inglês e onde mesmo liquidação vira 'sale'. Pode ser sentido na comida. Neste "país tropical" tão fértil e com tantos produtos maravilhosos, é mais fácil achar hot dog e hambúrguer do que tapioca nas ruas. Pode ser ouvido na música americana que toca nos carros, lojas e bares no berço do Samba e da Bossa Nova.
Tapioca
Cadê a tapioca?
Pode ser visto também no estilo das pessoas na rua. Para mim, uma das coisas mais lindas do Brasil é a mistura das raças. Mas, em Sampa, vi brasileiras com cabelo loiro descolorido por toda a parte. Para mim (aliás, tenho orgulho de ser mulato e afro-britânico), dá pena ver o esforço das brasileiras em criar uma aparência caucasiana.
Acabei concluindo que, na metrópole financeira que é São Paulo, onde o status depende do tamanho da carteira e da versão de iPhone que se exibe, a importância do dinheiro é simplesmente mais uma, embora a mais perniciosa, importação americana. As duas irmãs chamadas Exclusividade e Desigualdade caminham de mãos dadas pelas ruas paulistanas. E o Brasil tem tantas outras formas de riqueza que parece não exaltar...
Um dos meus alunos de inglês, que trabalha em uma grande empresa brasileira, não parava de falar sobre a América do Norte. Idealizou os Estados Unidos e Canadá de tal forma que os olhos dele brilhavam cada vez que mencionava algo desses países. Sempre que eu falava de algo que curti no Brasil, ele retrucava depreciando o país e dando algum exemplo (subjetivo) de como a América do Norte era muito melhor.
O Brasil está passando por um período difícil e, para muitos brasileiros com quem falei sobre os problemas, a solução ideal seria ir embora, abandonar este país para viver um idealizado sonho americano. Acho esta solução deprimente. Não tenho remédio para os problemas do Brasil, obviamente, mas não consigo me desfazer da impressão de que, talvez, se os brasileiros tivessem um pouco mais orgulho da própria identidade, este país ficaria ainda mais incrível. Se há insatisfação, não faz mais sentido tentar melhorar o sistema?
Destaco aqui o que vejo como um uma segunda colonização do Brasil, a colonização cultural pelos Estados Unidos, ao lado do complexo de vira-latas porque, na minha opinião, além de andarem juntos, ao mesmo tempo em que existe um exagero na idealização dos americanos, existe um exagero na rejeição ao Brasil pelos próprios brasileiros. É preciso lutar contra o complexo de vira-latas. Uma divertida, porém inspiradora, lição veio de um vendedor em Ipanema. Quando pedi para ele botar um pouco mais de 'pinga' na caipirinha, ele respondeu: "Claro, (mermão) meu irmão. A miséria tá aqui não!" Viva a alma brasileira!
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Fonte: BBC

3 tipos de intercâmbio possíveis com pouco dinheiro

Com a economia em crise, é cada vez mais difícil juntar dinheiro para o sonho de estudar e morar no exterior por um tempo. No entanto, engana-se quem pensa que para fazer um intercâmbio é preciso ter uma grande poupança.
EXAME.com listou algumas opções de intercâmbio e experiências internacionais que exigem baixo investimento para quem sonha em cruzar as fronteiras, mas tem um orçamento que não permite ir muito longe. 
Programas de au pair, work experience e mesmo opções de estágios no exterior podem ser boas saídas para quem não guardou recursos suficientes para passar uma temporada estudando em outro país, mas não quer dispensar a oportunidade de praticar o segundo idioma.

Au pair
Ser uma espécie de babá das crianças da casa, levá-las e trazê-las da escola, além de brincar com elas nas horas vagas. Esse é o trabalho de au pair em uma família americana.
Na agência CI Intercâmbio e Viagem, com um investimento de apenas 250 dólares (que inclui o valor da passagem aérea), é possível passar um ano letivo nos Estados Unidos, recebendo uma ajuda de custo de 195 dólares por semana, e ainda fazer um curso pago pela família contratante.
Os cursos pagos pelas famílias costumam ser focados em temas simples, como artesanato por exemplo, mas segundo a diretora educacional da CI, Teresa Fulfaro, são uma excelente oportunidade para aprender mais sobre a cultura do país e praticar o idioma.
Para aderir a esse tipo de intercâmbio, o candidato deve ter entre 18 e 26 anos de idade, ensino médio completo, possuir carteira de motorista, ter ao menos 300 horas de experiência com crianças, além de ser do sexo feminino -- raramente, homens são selecionados pelas famílias.
Caso a intercambista tenha experiência como professora no Brasil, também existem opções de programas especiais. É o caso do “au pair extraordinária”, da agência Experimento. Nesse caso, é cobrada uma taxa de inscrição de 795 reais, que pode ser parcelada em até dez vezes, mais 860 dólares que cobrem a passagem, documentos e treinamento de dois dias em Nova York.
Nesse programa, a au pair recebe cerca 250 dólares por semana, além de ganhar uma bolsa de estudos para um curso de sua escolha, no valor de 1.000 dólares. O prazo também é maior: em vez de passar apenas o ano letivo (que dura 9 meses), a intercambista fica um ano inteiro nos Estados Unidos.
Work Experience
Para quem não atende às exigências de um programa de au pair, ou simplesmente deseja uma experiência diferente no exterior, existe a opção de passar alguns meses de férias, trabalhando em lanchonetes, estações de sky, parques aquáticos e hotéis.
A temporada dura de três a quatro meses e o salário pode ajudar a compensar os gastos com as passagens -- ou, ao menos, parte deles. Com taxas que partem de 4.670 reais, mais a passagem aérea, estudantes universitários podem sair do país com contratos de trabalho já fechados, nos quais receberão entre 8 e 12 dólares por hora, o que soma de 900 a 1.500 dólares por mês.
Caso o estudante mostre confiança para se comunicar bem com clientes em inglês, é possível alcançar as vagas como as de garçom ou de recepcionista de hotel, nas quais o participante ainda pode contar com a generosidade das gorjetas americanas.
Cerca de 30% do salário recebido acabam sendo gastos com estadia, segundo o gerente de produtos da CI, Eduardo Frigo. Mas ele garante que, se o estudante for focado em seus objetivos econômicos, ele pode até conseguir fazer uma pequena poupança em dólares.
Para esse tipo de intercâmbio, é preciso estar matriculado no Ensino Superior há pelo menos um semestre e ter inglês intermediário. O ideal, de acordo com o diretor da IE Intercâmbio, Marcelo Albuquerque, é que o estudante procure as agências no período de novembro a março, pois há mais chances de conseguir vagas de trabalho.
Estágios no Exterior
Para quem está mais focado na carreira e quer aproveitar a viagem para ampliar sua experiência profissional, existem programas de estágio que exigem investimento baixo perto do retorno que oferecem.
A Abipe (Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil) gerencia no Brasil o programa de estágios da IAESTE (International Association for the Exchange of Students for Technical Experience), que envia estudantes brasileiros para o exterior e recebe estrangeiros aqui.
Para participar deste programa, é necessário estar matriculado no ensino superior e pagar a taxa de 120 reais para se inscrever na IAESTE. Uma vez selecionado, o estudante deve quitar taxa de aquisição de vaga, que custa cerca de 1.990 reais, que é sempre a mesma, independentemente do período em que o participante ficará no exterior.
Os estagiários costumam receber até 700 euros por mês e se alojam em repúblicas, apartamentos e casas de famílias indicadas pela própria IAESTE com custos mais acessíveis. Apesar do idioma exigido na maioria das vagas ser o inglês, o programa alcança mais de 80 países, sendo que, em alguns casos da América Latina, é necessário falar espanhol.
O único curso universitário para o qual esse programa não oferece vagas é o de Medicina. Mas a maioria das oportunidades aparece para cursos de tecnologia e engenharia. Dentre os destinos possíveis, estão Alemanha, Espanha, Portugal e países do leste europeu.
Nem tudo é de graça
Apesar de ser possível ter experiênciass internacionais gastando pouco, o planejamento é o principal aliado dos viajantes.
"Nós, brasileiros, somos um povo que historicamente viaja e gasta muito. Chega a ser ingênuo achar que não vai haver gastos extras", diz o consultor financeiro André Massaro. Ele ressalta que fazer um orçamento da viagem é essencial para controlar os gastos.
No orçamento, é indicado colocar na ponta do lápis, além dos custos de moradia, alimentação e transporte, gastos como “lugares para conhecer” e atividades extra-curriculares, justamente para saber qual o nível de flexibilidade financeira possível durante a temporada no exterior.
Como guardar dinheiro
No entanto, se nenhuma das opções ecônomicas para viajar se encaixam no bolso do viajante, o jeito é se programar com mais antecedência e guardar dinheiro. André Massaro indica que o futuro intercambista invista em fundos cambiais, que são ativos financeiros em dólar, euro ou qualquer outra moeda.
Outro conselho é não tentar especular o câmbio. Esperar a moeda desejada subir ou cair é arriscado e dificilmente dá certo. Ao comprar as moedas aos poucos, o viajante consegue formar uma cotação média da moeda e não corre o risco de ter de fazer a conversão em um momento de baixa do real.
O ideal é começar a adquirir a tal moeda desde o momento em que se decide viajar.
Como levar o dinheiro
Pagamentos internacionais, com cartão de crédito ou débito, e saques em moeda estrangeira têm o IOF de 6,38%, um valor mais alto do que a compra da moeda do Brasil, cuja alíquota do imposto é de 0,38%. 
O consultor André Massaro diz que, a partir de dois ou três meses de viagem, já é mais vantajoso abrir uma conta no país de destino e enviar o dinheiro por transferência bancária. Isso porque, ao andar com altas quantidades de dinheiro em papel, corre-se o risco de assaltos e perdas, além de outros imprevistos que podem estragar o intercâmbio.
Na hora de abrir a conta no exterior, porém, um caminho seguro é procurar um banco brasileiro com subsidiárias no exterior. Assim é possível ter mais confiança nas transações bancárias.
Fonte: Exame

Cinco brasileiros ganham concurso de redação da ONU ‘Várias Línguas, Um Mundo’

Competição escolheu 70 candidatos com os melhores textos sobre desenvolvimento sustentável, redigidos em um idioma oficial das Nações Unidas, diferente de sua língua materna.
Os cinco brasileiros vencedores. Foto: Rádio ONU
Os cinco brasileiros vencedores. Foto: Rádio ONU
Setenta jovens de 42 nações, todos vencedores do concurso ‘Várias Línguas, Um Mundo’, se encontraram na sede da ONU em Nova York nesta sexta-feira (24) para o Fórum Global da Juventude. Cinco brasileiros se destacaram entre os 1,2 mil candidatos, que deveriam enviar seus textos em uma das cinco línguas oficiais da ONU – árabe, chinês, espanhol, inglês, francês e russo – diferentes da sua língua materna.
“Foi exigido que vocês fizessem algo inspirador e desafiador – escrever uma redação em uma língua oficial da ONU que não fosse a sua”, disse o chefe da ONU em uma mensagem lida pela subsecretária-geral para Comunicações e Informação Pública, Cristina Gallach. “E vocês o fizeram no aniversário de 70 anos da ONU. Vocês são nosso time ’70 por 70’!”.
A competição foi organizada pelas Nações Unidas e pela rede de ensino de idiomas ELS. O desafio era escrever uma redação sobre a nova agenda global de desenvolvimento sustentável, mas os candidatos não podiam escrever os textos em sua língua materna.
Brasileiros na competição
Cinco brasileiros estão entre o grupo de 70 jovens que apresentaram as melhores redações. Em Nova York, durante a cerimônia na Assembleia Geral, a estudante Fernanda Vilar explicou à Rádio ONU o conteúdo do seu texto, escrito em francês.
“No meu ensaio, eu propus uma visão do mundo voltada para uma filosofia veganista e com muito mais feminismo para proteger os direitos das mulheres. Como o problema da alimentação está no centro dos interesses hoje em dia, com tantas indústrias sendo denunciadas por práticas abusivas de animais e também de pesticidas e transgênicos, é fundamental pensar na comida e em como produzir de uma maneira ética. Produzimos tanto e tanta gente está passando fome, este é um tema central para ser debatido”, explicou Fernanda, que faz doutorado na Universidade Nanterre, em Paris.
Outro estudante de doutorado brasileiro também venceu o concurso. Jefferson Viana é aluno da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e escreveu a redação em espanhol.
“O multilinguismo é interessante porque a despeito de existirem expressões diferentes, existirem maneiras de pensar diferentes, me parecem que coincidem os grandes problemas da humanidade. Fome, desigualdade, falta de participação popular nas decisões políticas. O multilinguismo permite enxergar mais claramente ainda os principais problemas do mundo.”
Os outros brasileiros que tiveram seus trabalhos escolhidos são  Aline Moniela, de Taubaté, que escreveu sobre melhorias nas leis migratórias e na educação da diversidade para a promoção de mais harmonia e menos preconceito. Lucas Cotosck Lara, de Belo Horizonte, que propôs um pensamento crítico nas escolas para que as pessoas possam compreender melhor as causas da fome e suas consequências. E Thaun dos Santos, do Rio de Janeiro, que abordou a necessidade de dar prioridade às questões políticas e sociais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Fonte: ONU Brasil

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Mapa divide países a partir de estereótipos criados por pessoas de todo mundo

Mesmo que não seja a maneira ideal e nem a mais correta, as pessoas acabam definindo os países – que muitas vezes sequer conhecem pessoalmente – através de características que acreditam se destacar. Para provar isso, a empresa JWT Intelligence desenvolveu um estudo com mais de seis mil pessoas de 27 países.
O projeto denominado “Personality Atlas” redesenhou o mapa mundi baseado na percepção que as pessoas têm de seus próprios países e dos demais.
Dois mapas resultaram da pesquisa: o “Stereotype Map” (mapa de estereótipos) baseado em como as pessoas enxergam outros países e o “Introspection Map” (“mapa de introspecção”), baseado em como os próprios países se reconhecem.
mapa

mapa-2
Eis o resultado do “Stereotype Map” – como as pessoas enxergam os outros países:

Funlandia “(Divertolândia”) formado por países onde as pessoas consideram que há muita diversão. O Brasil, a Espanha e a Itália estão neste grupo.
Chillland (“Relaxolândia”) formado por países que as pessoas consideram destino para relaxamento e descanso. Tailândia e México formam este segmento.
Balancia (“Equilibrolândia”) formado por Austrália, Canadá, França e Finlândia a partir do estereótipo de serem equilibrados e disciplinados.
Spiritania (“Espiritualilândia”) com Egito, Arábia saudita e Paquistão devido a espiritualidade atribuída a estes países.
Smugville (“Arrogânciolandia”) Russia, Estados unidos e Reino Unidos por supostamente se tratarem de países repletos de arrogância e sentimento de superioridade.
Geniustan (“Geniópolis”) com apenas a China por conta de sua fama de inteligência e genialidade.
Uniformany (“Uniformolândia”) com Hong Kong, Alemanha e Japão devido a sua fama de viciados em trabalho.
Vanilla (“café com leite”) que são os países os quais as pessoas não sabem nada a respeito: Argentina, Colômbia, Índia, Coreia do Sul, África do Sul, República Tcheca, Indonésia e Cingapura
Veja o mapa completo aqui.

Vagas na ONU no Brasil

UNFPA seleciona assistente de Programa na área de Cooperação Sul-Sul. A vaga é em Brasília. O prazo é dia 22 de julho de 2015. Detalhes em http://bit.ly/1TAYhfv
UNICEF seleciona consultoria para apoiar as ações voltadas para a garantia do Direito de Aprender na Amazônia Legal Brasileira, com foco nos municípios do Estado do Pará. Local de trabalho: Belém. Duração do contrato: Onze meses Prazo para envio da candidatura: Quinta-feira, 23 de julho de 2015. Detalhes em http://uni.cf/TePj5C
ONU Mulheres seleciona propostas para contratação de profissional para revisão de texto em português. Prazo é dia 23 de julho. Detalhes em http://bit.ly/1IeqaG9
Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) seleciona Assistente de Publicação/Designer Gráfico para atuar em Brasília. O prazo é dia 27 de julho. Detalhes em http://bit.ly/1Ma9pP1
UNODC seleciona consultoria para avaliação de processo de implementação de programa de prevenção ao uso de drogas. As vagas são de “Avaliação de Processo”; “Instrumentos para Avaliação do Programa FAST no DF” e “Avaliação e implementação do programa FAST no DF”. O prazo é dia 28 de julho. Detalhes emhttp://bit.ly/UNODCvagas
UNOPS seleciona Assistente de Finanças para atuar em Brasília. Prazo: 31 de julho. Detalhes em http://bit.ly/1OrO7uN
Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG/PNUD) está selecionando um(a) ‘web developer’ para fazer parte da equipe do Centro em Brasília. Prazo para se candidatar: 3 de agosto de 2015. Detalhes em http://bit.ly/1DsIHcg
ONU Mulheres seleciona, até 4 de agosto, propostas de empresa de comunicação para a 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. A contratada atuará, entre outras atividades, na formulação e implementação do Plano de Comunicação da 4ª CNPM, incluindo estratégias e conteúdos para redes sociais, portal, rádio e TV web, registros fotográficos e videodocumentários, com cobertura das etapas subnacionais e nacional da 4ª CNPM. Detalhes em http://bit.ly/1SpIAVV
UNAIDS Brasil seleciona assessor/a para Informações Estratégicas (National Programme Officer – Strategic Information). Pede-se, entre outras coisas, expertise em saúde pública e/ou ciências sociais e experiência comprovada em HIV/AIDS e seus aspectos políticos, financeiros e de desenvolvimento. O prazo é dia 8 de agosto. Detalhes em http://www.unaids.org.br
Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) está selecionando um(a) Oficial Nacional de Informação (National Information Officer, nível NO-B) para atuar no Rio de Janeiro. O prazo para candidaturas é dia 14 de agosto de 2015. Todos os detalhes em http://bit.ly/1RwTs9c
Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA) está recebendo currículos de candidatos(as) interessados(as) em Consultoria Internacional. O consultor irá contribuir para a discussão de aspectos relevantes relacionados com a melhoria de Alimentação Escolar, Nutrição, Programas de segurança alimentar e de Proteção social. Detalhes em http://bit.ly/1NZAFOl
ONU abre inscrição para Programa de Jovens Profissionais 2015. Candidatos devem ter 32 anos ou menos até o final de 2015 e ter fluência em inglês ou francês. Profissionais em administração, finanças, direito, informação pública, assuntos sociais e estatística podem candidatar-se. Entre os países incluídos este ano estão alguns lusófonos: Brasil, Angola, Guiné-Bissau e Moçambique. O prazo vai de 20 de maio a 23 de agosto, dependendo da habilitação. Detalhes: http://bit.ly/1MiNFwY
ONU oferece bolsas para pesquisadores em assuntos oceânicos e direito do mar. Iniciativa é uma parceria com a Fundação Nippon do Japão. O prazo de inscrição é 11 de setembro. Todos os detalhes em http://bit.ly/1Kfpq5H
O PNUD está com vagas abertas para vagas disponíveis para consultores, gestores e auxiliares. Confira os detalhes no site (http://bit.ly/oportunidadespnud) ou na aba deoportunidades no Facebook.
O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG/PNUD) está procurando candidatos para seu programa de estágio, principalmente para área de Gerenciamento de Projeto e Operações, por um período de pelo menos 3 meses, em Brasília. É necessário fluência em inglês. Informações sobre o programa e inscrições disponíveis em: http://bit.ly/1xvLvIu
Programa de Voluntários da ONU seleciona profissionais de saúde para a Libéria, Serra Leoa e Guiné. Quer fazer parte da resposta ao ebola? O Programa de Voluntários da ONU está enviando profissionais de saúde para a Libéria, Serra Leoa e Guiné. Os candidatos devem ter pelo menos dois anos de experiência prática e pelo menos 25 anos de idade. Todos os detalhes e requisitos estão em http://j.mp/1vVcYkm
Escritório regional de direitos humanos seleciona para estágio não remunerado em Santiago, Chile. O Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), com sede em Santiago do Chile, está buscando estudantes ou profissionais que procuram um trabalho prático/não remunerado. São três as áreas: direito internacional/direitos humanos; informação pública; e administração e finanças. Pede-se fluência em espanhol, sendo que conhecimento de trabalho do inglês e português é considerado uma vantagem. Todos os detalhes em http://bit.ly/1nGKfff
Fonte: ONU Brasil

terça-feira, 21 de julho de 2015

Crise econômica eleva em 67% ‘êxodo’ de brasileiros

Entre os dias 2 e 26 de março, representantes da província canadense de Quebec fizeram uma turnê pelo Brasil para divulgar oportunidades de trabalho em carreiras muito específicas e recrutar mão de obra fluente em francês. Visitaram sete cidades do Nordeste, Sudeste e Sul e se surpreenderam com a reação: em uma semana 140 mil brasileiros visitaram o site do órgão de migração, mostrando interesse em se mudar para o Quebec.
Números obtidos pelo GLOBO junto à Receita Federal confirmam que a emigração qualificada está em alta. Entre 2011 e 2015, o total de Declarações de Saída Definitiva do país — documento apresentado ao Fisco por quem emigra de vez — subiu 67%. Em 2011, a Receita recebeu 7.956 declarações, 21 para cada dia do ano. Em 2015, foram 13.288, numa média diária de 36 saídas.
— Esse número é apenas uma amostra pequena da realidade da emigração — diz Joaquim Adir, supervisor nacional de imposto de renda da Receita. — Mas reflete a saída de uma elite financeira e cultural, de pessoas que se preocupam em ficar quites com a Receita e que têm conhecimento da importância disso. Não entram aí os brasileiros que não têm bens ou rendimentos, como crianças e jovens, nem os que querem sair de forma ilegal. Essa emigração está em alta.
Os engenheiros José Wellington e Silvia Oliveira chegaram a Toronto, no Canadá, em abril. Levaram Julia, de 7 anos, e Nicolas, de 3. Em Belo Horizonte, a família tinha casa própria. Wellington trabalhava na área de mineração, e Silvia, na firma de avaliação de imóveis do pai. Nos últimos meses de 2013, a empresa de Wellington deu um alerta: diante da crise incipiente, não teria como manter toda a equipe a partir de agosto de 2014.
— Foi a gota d’água — diz Silvia. — Estávamos cansados da corrupção, da violência, do espírito do cada-um-por-si. A gente odeia o PT, o Lula, a Dilma. Vimos que o país estava afundando num buraco e que não havia luz no fim do túnel. Cada escândalo de corrupção que surgia solidificava nossa decisão. Então nos inscrevemos no programa canadense e passamos por um processo trabalhoso. Não digo que foi difícil. Só burocrático.
Desde que optou pelo “frio”, a família virou fonte de informação e observa um efeito dominó:
— Uma vez por semana alguém entra em contato conosco para perguntar como fizemos para migrar — conta Sílvia. — Se o número da Receita está alto em 2015, vai ser pior em 2016.
A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV) está de olho nas causas e efeitos da migração no Brasil. Um grupo de pesquisadores lançará nos próximos meses um estudo que defende a criação de uma entidade migratória nos moldes do que existe no Canadá, na Austrália e na Alemanha.
— Esses países traçam o perfil do trabalhador que precisam e selecionam os imigrantes que interessam. O Brasil não tem política alguma — diz a pesquisadora Bárbara Barbosa. — Está perdendo na briga por mão de obra qualificada e, em consequência, na corrida pelo desenvolvimento.
— Hoje estão envolvidos na questão da migração o Ministério da Justiça, das Relações Exteriores, do Trabalho e a Polícia Federal — completa a também pesquisadora Margareth Da Luz. — Não há uma coordenação, e nós estamos perdendo cérebros, o que é preocupante num momento de envelhecimento da população.
Em abril, a carioca Flávia Peres Sabagh e o marido, o paulista Márcio Ghiraldelli, ambos de 36 anos, trocaram São Paulo por Sydney, na Austrália. Estavam empregados quando tomaram a decisão de entrar no LinkedIn e disparar currículos. Viviam de aluguel. Ela era coordenadora de CRM em um banco. Ele, especialista em sistemas. Em poucos dias, Márcio recebeu uma proposta.
— A empresa que o contratou patrocinou o visto de trabalhador experiente e deu entrada no processo — conta Flávia. — Só tivemos que enviar alguns documentos, fazer um exame de tórax e esperar algumas semanas.
Flávia trabalha hoje como analista de data marketing numa revista, e Márcio é engenheiro de qualidade de software. A mudança dos dois tem relação não só com “a possibilidade de criar um filho num país de primeiro mundo e língua inglesa”, mas também com a crise instalada no Brasil.
— Estávamos muito preocupados com a desvalorização do real e a dificuldade das empresas em conseguir crédito. Isso, de maneira geral, torna as coisas mais difíceis aí — diz Flávia.
O carioca Thiago Fonseca optou pela Filadélfia, nos Estados Unidos. Em maio, mudou-se para lá com a mulher, Juliana, e a filha, Maria Luisa. A família morava em casa própria, no Rio, e o casal, assim como os demais, estava empregado.
— Quero dar melhor qualidade de vida e proporcionar uma experiência diferente para minha família. Com a recessão no Brasil e o crescimento americano, foi mais fácil justificar junto à empresa minha transferência para os EUA — diz Thiago.
A família ainda arruma a casa nova, mas já se surpreende com a quantidade de pessoas que dizem pensar seriamente em segui-los. Desde maio, ao menos dez já consultaram Thiago.
As três famílias lembram, no entanto, que emigrar não é fácil. Silvia e Wellington aconselham “mente aberta”. Flávia e Márcio dizem que trabalhar numa língua não nativa é “cansativo”. Thiago fala da nova realidade das tarefas domésticas. E todos sentem o peso de estar longe da família e dos amigos.

LEI É APROVADA NO SENADO
Apesar de ser um país composto pela mistura de raças, o Brasil não tem uma Lei de Migração. Desde agosto de 1980, a norma vigente é o Estatuto do Estrangeiro, que, do ponto de vista de especialistas, está totalmente ultrapassado. Criado em meio à ditadura militar,o texto tem foco na segurança nacional e não nos direitos dos indivíduos que decidem morar no Brasil.
Em sessão realizada no último dia 2, no entanto, a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou um projeto de lei, de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que busca revogar o antigo texto e estabelecer a primeira Lei de Migração do país. Aprovado em caráter terminativo, a proposta segue para avaliação da Câmara dos Deputados. No trajeto, no entanto, leva consigo uma polêmica: apesar de reduzir a burocracia para a concessão de vistos para investidores, estudantes e acadêmicos, o texto não prevê a criação de uma entidade migratória, como a que existe em países como Canadá e Austrália. Essa era uma das principais propostas apresentadas pela comissão de especialistas que foi criada pelo Ministério da Justiça em 2013 para avaliar o assunto. O grupo fez sete reuniões e duas audiências públicas. Em seguida, produziu um documento final em que destacou que: “a criação de um órgão estatal especializado para atendimento dos migrantes” seria um “elemento crucial” para o país. A entidade ficaria responsável pela produção de dados e pela formação de políticas públicas sobre migração.
— Canadá e Austrália são países que estão envelhecendo rápido. Cada vez há mais pessoas para serem sustentadas, e menos em idade de trabalho. Eles viram no recrutamento de estrangeiros um mecanismo para enfrentar isso, e o fazem de forma planejada. O Brasil não — lamenta o pesquisador da DAPP/FGV Wagner Oliveira — Ainda não envelhecemos tanto, mas deveríamos entender a política migratória como uma oportunidade para resolver uma questão do futuro. Ter uma autoridade migratória é importante. Ela ficaria responsável por estabelecer diretrizes e ver o tipo de estrangeiro de que o país precisa.


Fonte: O Globo

Nova Zelândia está com inscrições abertas até 31 de julho para bolsas de estudo integrais de pós-graduação e mestrado

A Nova Zelândia está com inscrições abertas até o dia 31 de julho para o programa New Zealand Development Scholarships (NZDS), que oferece bolsas de estudo integrais no país para alunos vindos de países da América Latina, entre eles o Brasil.
O objetivo é capacitar os estudantes para que, ao terminarem os estudos, retornem a seus países de origem e sejam capazes de auxiliar na redução da pobreza e promoção do desenvolvimento sustentável.
Há bolsas de estudo para cursos de pós-graduação com duração de seis meses (postgraduate certificate) a um ano (postgraduate diploma), além de programas de mestrado, de um ou dois anos. As bolsas custeiam todas as despesas do aluno no país, como custos acadêmicos, com viagem, acomodação, alimentação e seguros médicos.
Os benefícios serão dados preferencialmente – mas não exclusivamente – a profissionais de até 39 anos de idade e que tenham interesse em estudar temas ligados às áreas de desenvolvimento da agricultura e energia renovável.
Para concorrer, é preciso primeiro ter sido aceito pela universidade de interese, que seja participante do programa (veja aqui a lista). O processo de seleção inclui a realização de teste de proficiência em inglês (TOEFL ou IELTS), envio de currículo, duas redações e cartas de recomendação. Saiba mais no site do programa
Fonte: Pragmatismo

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Palestra: Direitos Humanos ontem e hoje. O direito internacional dos direitos humanos e sua repercussão nos estados nacionais.


Palestra: Direitos Humanos ontem e hoje. O direito internacional dos direitos humanos e sua repercussão nos estados nacionais.
Prof. Dr. Valério de Oliveira Mazzuoli


Fonte: Youtube

Uma brecha no país mais fechado do mundo

Quando o escritor português José Luís Peixoto esteve pela primeira vez na Coreia do Norte, em 2012, precisou deixar o celular no aeroporto. Também estava terminantemente proibido de fotografar ou filmar o que via. Nos últimos três anos, as regras para os turistas mudaram um pouco — há duas semanas foi anunciada a expansão do aeroporto internacional de Pyongyang, o que pode indicar uma abertura maior. Mesmo assim, quem visita o país mais fechado do mundo é obrigado a seguir certas regras: viajar com agências de específicas, deixar o passaporte no aeroporto e fazer passeios predeterminados em grupos e sempre com guias.
A jornalista Fernanda Morena, 31 anos, morou por seis na China. Quando resolveu voltar para o Brasil, decidiu que sua última viagem seria para a Coreia do Norte — outra alternativa para cruzar a fronteira é pela Rússia. Meses antes, já havia tentado um visto de jornalista para cobrir a Crise dos Mísseis, sem sucesso. Dessa vez, como turista, escolheu a agência Koryo Tours, mais antiga a fazer o roteiro, fundada por um britânico. O pacote fechado, por cerca de US$ 600, incluía sete dias de visitas, dois deles praticamente na estrada até a cidade chinesa que faz fronteira com o país. Depois, mais seis horas de trem, que parava muitas vezes para checagem, onde policiais revistavam as malas.

Fernanda Morena com uma guarda da Zona Desmilitarizada (DMZ) - Arquivo pessoal
— Fui de trem, com chineses, porque falava mandarim. Além de ser mais barato que a viagem de avião, cruzei o país inteiro e pude ver o interior, muito pobre, que não teria visto se fosse de outra maneira — relembra. — Na estação de trem recolheram meu passaporte e eu fiquei apenas com um carta de visto. É o único documento que fica com você durante a viagem. Quando você recebe de volta seu passaporte, não tem qualquer carimbo, é como se eu nunca estivesse estado lá.
Os passeios são todos programados com detalhes e horários rígidos, e exigem a companhia constante — e atenta — de um guia da agência e outro norte-coreano. Mesmo no dia considerado livre para visitas, os turistas são vigiados de longe. Fernanda relembra que, no primeiro dia de viagem, um casal de turistas chineses de cerca de 18 anos decidiu não fazer os passeios, pois não se sentia bem. Por volta do meio-dia, atravessaram a ponte que ligava o hotel ao centro da cidade, a pé, e foram a um café.
— Uma pessoa que estava lá ligou para o Ministério do Turismo e acabaram recolhendo o casal. Os guias temiam ser prejudicados e os dois tiveram que assinar um termo de compromisso pedindo desculpas — conta a jornalista, que apelidou o local de “Alcatraz”, em referência à lendária prisão americana. — Uma vez, uma senhora saiu de casa quando me viu tirando fotos e reclamou com o guia, que foi me buscar. As pessoas são treinadas para não falar com os turistas. Só interagi com os norte-coreanos em dois momentos: num parque de diversões, que não estava no roteiro e conseguimos ir depois de muito insistir com um dos nossos guias; e às margens de um rio, onde um senhor pediu para tirar uma foto com ele. Rapidamente o guia me chamou.
Para quem sai do Brasil, o visto não é difícil — a não ser que o visitante seja jornalista — e custa em média US$ 55. O passaporte também fica retido com os guias até o retorno do grupo. O pacote custa em média de US$ 3.500, incluindo deslocamentos, hospedagem e alimentação. No Brasil, a agência Happy Way oferece a viagem desde 2012.
— Geralmente tentamos mandar um guia que fale português e espanhol para facilitar a comunicação — explica Danielle Schumaker, gerente comercial da empresa. — O público brasileiro ainda é limitado: a procura até ano passado não chegou a sete pessoas. Mas agora, com a embaixada do Brasil na Coreia do Norte, o turismo no país está um pouco mais facilitado, embora continue rígido.
O destino costuma ser procurado por turistas que preferem destinos mais exóticos, segundo Danielle. Muitos deles, ficam curiosos com o isolamento do povo da Coreia do Norte, e sentem a necessidade de ver de perto, para descobrir se aquilo realmente é real.
— Queríamos ver com nossos próprios olhos o país mais fechado do mundo. E realmente uma viagem para lá só é realizada dentro dos moldes da agência de turismo norte-coreana, acompanhado por dois guias e dentro de um roteiro pré-determinado. Não há liberdade nenhuma. Nós fomos com visto de turista, e não de jornalista. Justamente porque queríamos ver como um turista tradicional pode conhecer (e o que ele pode conhecer) da Coreia do Norte — conta André Fran, apresentador do programa “Não conta lá em casa”, do canal Multishow.
Ele esteve no país há cinco anos, quando as regras eram ainda mais severas. Um dos momentos mais surreais, relembra, foi quando lhe apresentaram a “última novidade da música na Europa: os Beatles”.
— Eles não têm a mínima noção de como o país é visto aos olhos do mundo, daí a curiosidade e as constantes perguntas sobre que achávamos, pensávamos e como víamos a Coreia do Norte e suas principais ações no cenário geopolítico mundial. Mas tudo era feito meio que entre sussurros.

TURISMO ABERTO
Viajar é o grande hobby da gerente de informação e mídia digital Glaucimara Silva: foram 40 países na última década — “e quanto mais exótico o destino, melhor”. Exatamente por isso, a Coreia do Norte sempre esteve na lista:
— Quando um amigo mudou-se para Pyongyang, para morar seis meses a trabalho, percebi que era a hora de tentar ir mesmo sabendo que talvez não pudéssemos nos encontrar, caso as restrições turísticas fossem de fato rígidas. No entanto, com o suporte dele, as coisas se mostraram bem mais fáceis — conta ela, que esteve no país no ano passado, com um visto diferente do tradicional, o que abriu muitas portas. — Não fui como turista, mas como convidada da empresa onde meu amigo trabalha, que assumiu as responsabilidades por mim.
Graças a isso, a experiência acabou sendo bem diferente da convencional. Como convidados, Glaucimara e outro brasileiro, Marcel Stenner, não precisaram se hospedar nos hotéis destinados aos turistas. Também não tiveram que ser acompanhados por nenhum guia em Pyongyang, onde andaram — a pé ou de bicicleta — à vontade.
— Fizemos fotos, vídeos, vimos a vida passar e nos surpreendemos com a normalidade da cidade. Nossa única restrição foi quanto ao transporte público e à moeda (usamos dólar e euro). Até andamos de metrô, mas o passeio fez parte de um pacote de um dia que contratamos lá para visitar locais em que só pode ir com autorização do governo e com alguém de confiança.
Neste dia, a dupla pode conversar bastante com dois guias norte-coreanos sobre todos os tipos de assunto.
— Fomos até zoados pela Copa do Mundo (a notícia do 7x1 contra a Alemanha chegou lá sem ser deturpada) e perguntados se o Rio de Janeiro era como apresentado na animação “Rio”. Também conversamos sobre o fato de o Brasil ter uma presidenta e, à época, outra candidata mulher concorrendo ao cargo mais importante do país — conta. — Acredito que, por termos respeitado o país e nos mostrado dispostos a formar a nossa própria opinião, uma opinião sem ser tendenciosa e preconceituosa, acabamos passando confiança aos norte-coreanos comuns. Não estávamos lá para julgar ninguém e nem comprovar nenhuma teoria, mas para conhecermos e aprendermos. É aquela coisa da gentileza gera gentileza. Não fomos hostis nem fomos hostilizados.

VIAGEM VIROU LIVRO
A experiência no país vivida pelo português José Luís Peixoto acabou virando um livro “Dentro do segredo” (Companhia das Letras). A viagem começou a ser concebida quase um ano e meio antes. E calhou de ser durante um megaevento, o aniversário de 100 anos Kim Il-sung, avô do atual presidente, Kim Jong-il.
— Decidi ir porque precisava de um desafio novo na escrita, que fosse completamente diferente de mim. Queria escrever sobre algo que fosse bem distante — conta. — Foi uma viagem bem fora do habitual, de quase um mês, que não era restrita à capital. E numa ocasião bem especial.
De lá para cá, Peixoto voltou duas vezes ao país, dessa vez como guia, parte de um projeto chamado de “Viagens de autor” — onde escritores são convidados para acompanhar grupos de turistas a lugares que estão referidos nos seus livros. A próxima viagem, com brasileiros e portugueses, acontece em outubro.
—Todas as visitas foram diferentes. Sinto que sei mais e menos, ao mesmo tempo. É uma complexidade enorme. Além de todas as questões politicas, existem as questões civilizatórias. As pessoas têm valores muito diferentes do nossos e veem o mundo de forma completamente diferente.

Fonte: O Globo