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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Nova Constituição de Cuba é aprovada em plebiscito; veja as mudanças

O projeto da Constituição de Cuba foi aprovado no plebiscito ocorrido no domingo, afirmou o governo cubano nesta segunda-feira (25/). Era a última etapa para que a legislação entrasse em vigor, após o Parlamento local ter votado o texto final em dezembro.
Na contagem da Comissão Eleitoral Nacional, 86,8% dos eleitores aprovaram a nova Constituição, contra 9% de votos contrários e 4,1% de brancos e nulos. O regime cubano era favorável ao voto "sim".
Uma das principais mudanças colocadas em vigor com a nova Constituição é o reconhecimento da propriedade privada – ainda assim, sob forte supervisão do regime comunista. O texto também reafirma o socialismo como sistema político "irrevogável" da ilha governada por Miguel Díaz-Canel.
A Assembleia Constituinte, comandada pelo ex-presidente e então líder do Partido Comunista, Raúl Castro, começou as discussões em plenário em 21 de julho. Depois de aprovada pelos deputados, a proposta de Constituição passou por uma rodada de consulta popular – que incluiu participação de cubanos morando em outros países – até o plebiscito de domingo.
Constituição de Cuba é 'mensagem política', diz especialista
O anteprojeto constitucional começou a tomar forma depois que Raúl Castro passou a presidência para Miguel Díaz-Canel, em abril do ano passado. O texto a Constituição escrita em 1976, sob influência soviética e alinhada ao modelo de Estado comunista aplicado no país por Fidel Castro após a Revolução de 1959.

Veja o que muda e o que se mantém em Cuba com a nova Constituição:

O que muda
Reconhecimento da propriedade privada e do enriquecimento individual – com limites;
Criação do cargo de primeiro-ministro para chefiar o governo;
Discriminação a pessoas LGBT passa a ser proibida;
Haverá um referendo para definir casamento civil entre pessoas do mesmo sexo;
Garantia de presunção de inocência e habeas corpus em processos criminais;
Estado laico – definição não aparecia no texto antigo;
Estabelece a liberdade de imprensa, antes vinculada aos "fins da sociedade socialista";
Determina 60 anos como idade máxima para o cargo de presidente da república;
Mandato de cinco anos para o presidente, com direito a uma reeleição;
Cubanos poderão denunciar violação de direitos constitucionais cometidos pelo governo.

O que não muda
Cuba continua um país comunista;
O Partido Comunista é o único reconhecido na ilha;
Economia planificada, embora haja reconhecimento ao mercado;
Somente o Estado detém posse das terras em Cuba;
Assembleia Nacional elege presidente e primeiro-ministro;
Meios de comunicação são de "propriedade socialista", jamais privados.

O que não está claro
Quais os limites para a propriedade privada;
Se haverá possibilidade do surgimento de uma imprensa livre e independente;
Como os cubanos poderiam denunciar violações de direitos cometidas pelo governo;
Se as mudanças serão suficientes para ampliar as relações de Cuba com outros países.

Fonte: G1

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Fidel Castro diz que EUA devem milhões de dólares a Cuba por danos desde fim de 2ª Guerra

Em carta publicada no dia de seu 89º aniversário e na véspera da abertura da embaixada dos EUA em Havana, o líder cubano também desejou a 'igualdade de todos os cidadãos'

No dia de seu 89º aniversário, o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, declarou em artigo publicado nesta quinta-feira (13/08) que os Estados Unidos devem a Cuba indenizações milionárias pelos danos que sua política causou contra a ilha desde o fim da 2ª Guerra Mundial.
Fidel Castro: demora para opinar sobre nova etapa diplomática entre ilha e EUA fomentou dúvidas sobre estado de saúde

Segundo o ex-presidente cubano, após o conflito, os norte-americanos concentraram “quase todo ouro do mundo” e obtiveram “o melhor armamento da Terra”, mesmo “frente a um mundo destroçado, repleto de mortos, feridos e famintos".
Neste panorama, Washington tomou decisões econômicas — como nos acordos de Bretton Woods — que favoreceram o país, mas que criaram as “bases de uma crise” que ameaça os países, incluindo EUA e Cuba.
"Devem a Cuba indenizações equivalentes a danos, que chegam a vários milhões de dólares como denunciou nosso país com argumentos e dados irrefutáveis ao longo de suas intervenções nas Nações Unidas", escreveu Castro.


Intitulada “A realidade e os sonhos" e publicada no jornal oficial Granma, a carta chega à véspera da visita do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, a Havana. Na primeira de um líder diplomático à ilha em mais de cinquenta anos, Kerry deve hastear a bandeira dos EUA na reabertura da embaixada na capital.
Ainda no artigo, Castro critica o lançamento da bomba atômica dos EUA contra as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, que deixaram quase 250 mil mortos há 70 anos, mesmo quando “o império japonês já estava vencido”.
Na carta escrita antes das celebrações de seu aniversário, o líder cubano também desejou a “igualdade de todos os cidadãos em relação à saúde, à educação, ao trabalho, à alimentação, à segurança, à cultura, à ciência”. “Não deixaremos nunca de lutar pela paz e pelo bem-estar de todos os seres humanos”, afirmou.


Fonte: Opera Mundi