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terça-feira, 19 de julho de 2016

Documentário analisa porquê pais japoneses deixam os filhos pequenos irem por conta própria para a escola

Muitos estrangeiros no Japão ficam chocados ao ver pequenos estudantes japoneses (de 6 anos em diante) andando nas ruas ou até mesmo pegando trens e ônibus para irem e voltarem de suas escolas, sem os pais ou adultos por perto.
Enquanto estas cenas seriam considerada preocupantes em muitos países do exterior, ela é perfeitamente típica no Japão.
Para tratar sobre isso, a TV australiana SBS2 compartilhou um mini-documentário chamado de “Japan’s independent kids” no You Tube, mostrando as diferenças entre a independência de uma criança japonesa e australiana (semelhante a de muitos outros países, como no Brasil). 
O vídeo tem aproximadamente 8 minutos e está disponível logo abaixo.
O pequeno documentário começa compartilhando o provérbio japonês “kawaii ko ni wa tabi wo saseyo” que significa algo do tipo “envie seu amado filho para uma jornada”. Este provérbio diz que as crianças devem aprender a assumir os desafios e dificuldades de uma fase inicial de vida. Elas devem ser conduzidas a se socializar de modo a ficar independente e saber cuidar de si, mesmo com pouca idade. Pois não será sempre que terão seus pais por perto.
Além de ensinar a independência, analistas explicam que a sociedade e a cultura do trabalho no Japão deveriam ser completamente reorganizados se os pais fossem responsáveis pelo transporte dos filhos para a escola todos os dias. A logística de hoje não suportaria a população nas ruas e trajetos nos horários de funcionamento escolar, seja em termos de compatibilidade entre horário de escola e trabalho dos pais, seja em termos de tráfego. 
Outro fator que favorece este modelo, segundo o documentário, é o fato do Japão ter um índice muito baixo de homicídio e a sociedade estar acostumada com isto, sendo tolerante e solidária às crianças nas ruas.
As crianças no Japão são ensinadas a acreditar que qualquer pessoa pode ajudá-las no caminho, se precisarem. Enquanto em outros países as crianças são ensinadas a temerem os desconhecidos, amedrontando-as.
Para os pais japoneses não se deve proteger as crianças naquilo que ela já é capaz de fazer. Com esta concepção e estas experiências proporcionadas pela cultura, as crianças japonesas tornam-se mais independentes, mais cedo, do que crianças de outros países. 
Sem dúvida é um choque cultural, mesmo para brasileiros, deixar as crianças pequenas saírem sozinhas (ou mesmo com alguns colegas) nas ruas. 
Como foi sua própria experiência de deixar seus filhos irem para a escola por conta própria tão cedo? E as crianças, como se saíram, o que acharam? Conte-nos sobre este conflito cultural vivido por vocês!

Fonte: IPC Digital

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Cultura ‘omotenashi’ faz do Japão o país mais bem educado do mundo

Omotenashi é um modo de vida no Japão, um termo que pode ser traduzido como “hospitalidade japonesa”. Na prática, a expressão combina a educação e uma polidez requintada, com um desejo de manter a harmonia e evitar o conflito.
Funcionários em lojas e restaurantes te cumprimentam sempre com deferência e um caloroso irasshaimase (bem-vindo) / Foto: Kyodo
Modo de vida omotenashi
Pessoas resfriadas usam máscaras cirúrgicas para evitar infectar outros. Vizinhos se presenteiam com caixas de sabão em pó antes de iniciar obras – um gesto para ajudar a limpar suas roupas do pó que inevitavelmente será produzido.

Funcionários em lojas e restaurantes te cumprimentam sempre com o Ojigi (ato de curvar-se em sinal de cumprimento), com uma deferência e um caloroso irasshaimase (bem-vindo). Colocam a mão embaixo da sua na hora de dar troco para evitar que qualquer moeda caia. Quando você deixa a loja, não é raro que fiquem na porta se curvando até perdê-lo de vista.
Até máquinas praticam o omotenashi. Portas de táxis se abrem automaticamente diante de sua chegada – e o motorista de uniforme branco não espera gorjeta. Elevadores se desculpam por deixá-lo esperando, e quando você entra no banheiro o assento do vaso sanitário se levanta.
Em obras, placas indicativas geralmente trazem uma imagem fofa de um trabalhador se curvando em deferência, como forma antecipada de se desculpar pelos possíveis transtornos provocados
Na cultura japonesa, quanto mais uma pessoa vem de longe, maior é a cordialidade em relação a ela – daí a razão de estrangeiros (gaijin – literalmente “pessoas de fora”) invariavelmente se impressionarem com a cortesia.
As pessoas se curvam ao sentar perto de você no ônibus, e depois de novo quando se levantam, uma atitude usualmente praticada em várias situações, o que deixa qualquer estrangeiro constrangido com tanta cordialidade e respeito oferecido pelos japoneses.
Ensinamentos
Mas omotenashi vai além de ser gentil com visitantes, isso porque essa atitude perpassa todos os níveis da vida cotidiana e é ensinada desde os primeiros anos de vida.

“Muitos de nós cresceram com um provérbio”, diz Noriko Kobayashi, chefe de turismo interno no consórcio DiscoverLink Setouchi, que busca criar empregos, preservar o patrimônio e promover o turismo em Onomichi, na região de Hiroshima.
“Ele diz assim: ‘Depois que alguém fez algo bom a você, nós devemos fazer algo bom a outra pessoa. Mas depois que alguém faz algo ruim a você, nós não devemos fazer algo ruim a outra pessoa. “Acho que esses ensinamentos nos fazem ser educados no comportamento.”
Mas, de onde vem toda essa cortesia e educação? Para Isao Kumakura, professor emérito no Museu Nacional de Etnologia, em Osaka, grande parte da etiqueta japonesa tem origem nos rituais formais de cerimônias de chá e de artes marciais.
Na verdade, a palavra omotenashi, literalmente “espírito de serviço”, vem da cerimônia de chá. O anfitrião dessas cerimônias trabalha duro para proporcionar o clima certo para entreter convidados, escolhendo a louça, flores e decoração sem esperar nada em troca.
Os convidados, cientes dos esforços do anfitrião, respondem mostrando uma gratidão quase reverencial. Os dois lados criam um ambiente de harmonia e respeito, ancorado na crença de que o bem público vem antes da necessidade particular.
Código samurai
Do mesmo modo, delicadeza e compaixão eram valores centrais do bushido (o caminho do guerreiro), o código de ética do samurai, a poderosa casta militar que era altamente treinada em artes marciais.

O complexo código, análogo ao da cavalaria medieval, não governava apenas a honra, disciplina e moral, mas também o jeito certo de fazer tudo, da deferência ao ato de servir chá.
Seus preceitos zen demandavam domínio das emoções, serenidade interna e respeito pelo outro, incluindo o inimigo. O bushido se tornou a base para o código de conduta da sociedade em geral.
Uma coisa maravilhosa de estar exposto a tanta gentileza é que se trata de algo tão contagioso como um vírus epidêmico. Você rapidamente estará sendo mais gentil e civilizado, entregando carteiras perdidas à polícia, sorrindo ao dar vez a outros motoristas, levando seu lixo para casa e nunca – nunca – levantando a voz ou assoando o nariz em público.
Seria ótimo se todo visitante levasse um pouco de omotenashi para casa e espalhasse esse modo vida em seu próprio país. “O efeito cascata poderia mudar o mundo”.
*A versão original desta reportagem pode ser conferida no site BBC Travel (em inglês).
Fonte: Mundo Nipo

domingo, 12 de julho de 2015

Sete costumes japoneses que brasileiros poderiam começar a seguir

Para os ocidentais, a disciplina e a rigidez orientais são admiráveis. Ainda assim, alguns costumes dos japoneses podem parecer, à primeira vista, estranhos para os brasileiros.
É comum vermos nos filmes os japoneses tirarem os sapatos antes de entrar em casa. Algo que, muito além de cultural, faz todo o sentido no quesito higiene. A noção de coletividade, como recolher o lixo do estádio após uma partida de futebol, é absolutamente normal e enraizada para eles. Mas deixou muitos brasileiros "chocados" durante a Copa de 2014.
Conheça abaixo alguns costumes japoneses que os brasileiros poderiam muito bem começar a seguir.

Usar máscaras hospitalares
Durante o ano todo, percebemos um grande número de pessoas que usam máscaras hospitalares no Japão, seja por causa de alergias, viroses ou resfriados. Muitos podem estranhar esse hábito, mas ele ajuda muito a proteger de doenças contagiosas.
Pano quente para limpar as mãos
No maioria dos restaurantes japoneses, é comum receber um pequeno pedaço de tecido limpo e úmido. Ele é usado para limpar as mãos antes de comer. Jamais use-o como guardanapo ou para limpar qualquer parte do rosto.
Faxina na escola 
Lá na terra do sol nascente, as crianças aprendem, desde pequenas, a limpar o banheiro. A faxina é feita diariamente pelos alunos como parte da grade curricular. A partir dos seis anos de idade, tudo que os alunos sujam tem que ser limpo por eles mesmos.
Etiqueta no transporte público
No metrô e no trem, a regra é a mesma. Você deve esperar em fila e deixar primeiro que as pessoas saiam do vagão para depois entrar: um sonho aqui para os brasileiros. Por lá, a maioria entra sem empurrões. Ao utilizar os transportes públicos, os japoneses evitam ficar com mochilas nas costas e atender celulares. Pôsteres por todas as estações pedem aos passageiros para seguirem algumas regras de etiquetas e boas maneiras, ou seja, eles fazem de tudo para não incomodar a pessoa ao seu lado.
Recolher lixo no estádio 
Na Copa de 2014, realizada no Brasil, os torcedores japoneses surpreenderam ao recolher o lixo do chão do estádio logo após a partida. À época do ocorrido, questionados, eles disseram que o hábito é comum no Japão.
Tirar os sapatos antes de entrar em casa 
E isso vale para a própria casa e a dos outros. Esse hábito está ligado à questões culturais, como a crença de que fazendo isso eles estão deixando as "energias impuras" lá fora. Além disso, tirar os sapatos antes de entrar em casa é um gesto de respeito e higiene, pois você demonstra que não quer "sujar" aquele lugar e que tem a humildade de despir os pés para pisar ali, como se faz em um lugar sagrado.
Sem gorjetas
O ato de dar gorjeta não existe no Japão, nem para táxis, restaurantes ou serviços. Oferecer dinheiro a mais é, na verdade, um insulto; o serviço que você solicitou foi cobrado devidamente, então por quê pagar mais? Se você estiver em uma cidade grande como Tóquio, por exemplo, e não fala nada de japonês, um garçom ou balconista pode preferir aceitar dinheiro extra do que forçar a estranha situação de explicar que a gorjeta é desnecessária.
No restaurante, normalmente quem paga é a mulher
Os japoneses vão com frequência a restaurantes, e na maior parte das famílias, quem paga a conta é a mulher, no caso a esposa. Por que não o marido? Este é um dos costumes mais comuns no Japão, pois quem cuida do lado financeiro na casa é a esposa! O marido entrega o salário para a esposa, e ela é quem controla os gastos mensais. Será que algum latino faz isto também?

Fonte: UOL