sábado, 8 de outubro de 2011

Entrada da Rússia na OMC está ameaçada por veto da Geórgia


As conversações entre os rivais Geórgia e Rússia sobre a tentativa de Moscou de adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) terminaram sem acordo no sábado. A Geórgia disse que iria bloquear a entrada da Rússia, a menos que Moscou mudasse sua posição.


O fracasso em resolver a disputa iniciada na guerra de 2008 entre os vizinhos ex-soviéticos mina as chances da Rússia de aderir à OMC neste ano, uma meta estabelecida por Moscou e pelos Estados Unidos, e pode piorar as relações da Rússia com o Ocidente.


"As negociações acabaram e podemos dizer que entraram em colapso, terminaram sem qualquer resultado," disse o vice-chanceler georgiano Sergi Kapanadze, chefe da delegação de seu país nas negociações na Suíça, em entrevista à Reuters por telefone.


Como a OMC, um grupo de comércio de 153 países, toma decisões por consenso, a Geórgia - um país pró-Ocidente, aspirante a integrar a Otan - tem um poder de veto efetivo sobre a adesão da Rússia.


Kapanadze disse que o ponto de discórdia foi a recusa da Rússia em abrir acesso para a Geórgia a informações sobre o comércio nas regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkhazia, que Moscou reconhece como nações independentes desde a guerra de cinco dias.


"A Geórgia não pode dar o seu consentimento à entrada da Rússia na OMC até que a Rússia mude sua posição sobre o comércio dentro dos territórios ocupados," Kapanadze disse, referindo-se às duas regiões, onde a Rússia mantém forças militares consideráveis.
Kapanadze disse que as conversações foram a última rodada marcada "e não vemos qualquer sentido em negociar apenas por negociar." Mas uma fonte russa a par das negociações disse que havia um acordo para retomar as conversas em 17 de outubro.


A Rússia é, de longe, a maior economia fora da OMC e tem buscado a adesão à entidade há 18 anos.


A Geórgia suspendeu as conversações da OMC com a Rússia em abril de 2008, depois que o Kremlin ordenou o levantamento das sanções econômicas contra a Abkhazia e Ossétia do Sul em preparação para a guerra em agosto daquele ano.
Fonte: Reuters

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