segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dilma Rousseff: a primeira mulher a fazer o discurso de abertura da ONU


A Assembléia Geral das Nações Unidas reúne-se uma vez por ano, em sessão ordinária, tem início na terceira terça-feira do mês de setembro e acontece na sede da ONU, em Nova Iorque. Em 1947, ocorreu a primeira sessão especial na Assembléia Geral da ONU, tendo como orador o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha. Assim, inicia-se a tradição que perdura até os dias de hoje, a de ser sempre um brasileiro o primeiro orador na assembléia.
Nos próximos dias a presidente Dilma Rousseff fará viagem a Nova Iorque, entre os dias 17 e 23 de setembro, em missão presidencial com o objetivo da participação da presidenta no debate geral da 66° sessão da Assembléia Geral da ONU. Seguindo a tradição Dilma fará o discurso de abertura, onde será a primeira mulher a abrir o debate. Considerado pelos diplomatas o principal evento internacional do ano, destaca-se a tradição conquistada pela diplomacia brasileira, está quebrada só na 65° Assembléia Geral das Nações Unidas, quando o presidente Lula não pode comparecer a abertura do debate, sendo substituído pelo chanceler Celso Amorim.
Além do discurso de abertura, Dilma terá uma intensa agenda internacional, que inclui participação na abertura da Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, e no Colóquio de Alto Nível sobre Participação Política das Mulheres.  A presidenta fará encontros bilaterais com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, do México, Felipe Calderón, da França, Nicolas Sarkozy, do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e há uma previsão de encontro com o nigeriano, Goodluck Jonathan. Bem como um encontro com o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
Dilma em discurso nas Nações Unidas (Foto: O Globo)
De acordo com o anúncio feito pelo porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena, essas reuniões privadas versam sobre a crise internacional, energia nuclear, e os conflitos nos países muçulmanos. A presidenta participará também das reuniões de alto nível sobre Segurança Nuclear e Diplomacia Preventiva no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Nessa sessão haverá o lançamento da Parceria para o Governo Aberto, iniciativa multilateral que engloba 60 países que se dispõe a adotar medidas transparentes e de apoio conjunto. Após, a presidenta irá receber um prêmio por Serviço Público, chamado de “Woodrow Wilson for Public Service”.  Essa premiação é concedida a líderes que tenham trabalhado em prol do aprimoramento da qualidade de vida em seus países e fora deles.
Fonte: Blog do Planalto
Análise
por Ianna Pedrazza
Os 65 anos que representam a historiografia diplomática do Brasil na ONU, mostram um papel importante para uma melhor compreensão das relações internacionais do país. Na 66° sessão da Assembléia Geral da ONU, Dilma rompe mais uma barreira ao ser a primeira mulher a discursar e abrir o debate no evento. A presidenta exercerá o papel de incentivar as mulheres a entrarem no mundo político com a sua participação no Colóquio de alto nível sobre participação Política das Mulheres e as encorajará versando sob o tema de “Mulheres líderes como agente de transformação”, fazendo com que as mulheres participem mais ativamente nas tomadas de decisões, fator indispensável pela manutenção da paz, da democracia e do desenvolvimento, princípios estes defendidos pelo Brasil.
No contexto atual de crise financeira e conflitos armados no norte da África e no Oriente Médio, a sessão da Assembléia da ONU versará sobre meios de possíveis soluções a essas questões.  O presidente Barack Obama, com a iniciativa do Governo Aberto, espera que os 60 países participantes da reunião comprometam-se com a uma maior transparência de seus governos. Lembrando que o Brasil ainda não chegou a uma definição sobre a criação da Comissão da Verdade, onde todos os brasileiros poderão ter acesso aos documentos sigilosos. A próxima reunião do Governo Aberto está prevista para ocorrer no Brasil em 2012, portanto espera-se um avanço quanto a está questão de transparência de documentos no país. Outro tema relevante será a discussão sobre segurança energética, devido o ocorrido em Fukushima Daiichi, para assim desenvolver mecanismos de uso e exploração de energia nuclear com segurança.
A importância do Brasil no cenário internacional ampliou em uma maior agenda internacional nesta viagem, quanto às reuniões fechadas com os chefes de estados e de governo. O encontro com o Presidente dos Estados Unidos será a continuidade das conversas realizadas na sua visita em março ao Brasil. Caberá também a Dilma o papel de divulgar e mencionar a Conferência  Rio +20, que será realizada de 28 de maio a 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. A presidenta destacará a importância da conferência, por ser a maior sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde, que definirá um novo padrão para o setor.
No momento em que a situação mundial passa por transformações, os mecanismos organizacionais mundiais devem se adequar a isso. O contexto bipolar na criação da ONU converge com o atual multilateral, há uma necessidade de atribuir a ONU e o seu Conselho de Segurança, uma maior representatividade e uma mudança em suas normas. Portanto, O Brasil e outros países durante o encontro, também deverão defender a reforma do conselho de segurança da ONU, de vital importância para o contexto atual.
Fonte: RI Net

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