segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ainda não dá para falar em um Brasil digitalmente incluído


Brasil está no 96º posição entre os países com os preços dos serviços de telecom mais baratos

O Brasil ficou em 96º lugar na lista que classifica 165 países de acordo com o valor cobrado pelos serviços de telecomunicações em relação à renda per capita. Os brasileiros gastam em média de 4,8% de sua renda com o pagamento de serviços de telecomunicação, enquanto em Mônaco, que está na primeira colocação, a população gasta em média apenas 0,2% da renda. No final da lista está a Nigéria, com comprometimento de 71,6% da renda.
Os números fazem parte do relatório da UIT (União Internacional de Telecomunicações) “Medindo a Sociedade de Informação 2011”, lançado munfialmente nesta quinta-feira (15). Em Brasília, o secretário-geral da entidade, Hamadoun Touré, comentou os resultados, afirmando que a penetração dos serviços de telecom aumentou em todo o mundo, mas alguns países avançaram mais que outros.
Touré disse que a cesta de preços de serviços de telecomunicações no país, embora mais atrativa do que na medição anterior, ainda é muito alta. Ele atribui isso à elevada tarifa de interconexão, ao preço alto do roaming e à carga tributária excessiva sobre os serviços. E afirmou que a teledensidade da telefonia móvel no Brasil, acima de 100% mostra que as pessoas são obrigadas a ter chips de diferentes operadoras para driblar os altos valores cobrados.
O levantamento da UIT mostra que os preços dos serviços de telecomunicações caíram 18% mundialmente entre 2008 e 2010, com a maior queda em serviços de internet banda larga fixa, que teve redução de 52%. Mas, segundo o relatório, a conexão à internet de alta velocidade continua inacessível em muitos países de baixa renda. Na África, por exemplo, no final de 2010, os serviços de banda larga fixa custavam em média o equivalente a 290% da renda média.
No Brasil, o preço da banda larga fixa recuou de 6,9% da renda média per capita para 2,5%. A pesquisa também mediu o preço da telefonia fixa e móvel no mundo, que registraram queda de 6,8% e 21,8% respectivamente. No Brasil, esses valores representaram, em 2010, 3,4% e, 8,5%  da renda, ante médias mundiais de 4,6% para os serviços fixos e 8,6% para os móveis.
No ranking das menores tarifas, as melhores colocações ficaram com Mônaco, China (Macau), Liechtenstein, China (Hong Kong), Emirados Árabes, Singapura, Luxemburgo, Noruega, Islândia, Dinamarca, Áustria, Estados Unidos, San Marino, Finlândia, Suécia, Suíça, Holanda, Bahrain, Reino Unido e Alemanha. Na América do Sul, a melhor colocação foi obtida pela Venezuela, que ficou com no 48° lugar.
Fonte: RI Net
Análise 
por Rafael Silva
Ao que faz pensar o governo esse cenário está muito próximo de mudar. Principalmente se consideramos o médio prazo que se estende até 2014.
Nos últimos anos no Brasil tem-se avançado e ampliado a discussão sobre a importância da inovação tecnológica. Exemplo disso, é o Plano Nacional de Banda Larga que pretente ampliar o acesso à Internet para 70% dos domicílios, ou seja, 40 milhões de residências a partir de uma infraestrutura de 30 mil quilômetros de fibra ótica que assegurarão Internet de alta velocidade a todas as regiões do Brasil.
O que preocupa é a falta de compasso entre o que se pretente em termos de investimento em tecnologias bem como em melhoria das condições de acesso à Internet e o que se observa em matéria de políticas públicas para a inclusão digital. É certo que muitos programas como o “Cidades Digitais”, o “Brasil Conectado” e estruturas, como os mais de 13 mil telecentros e as 59 mil esolas de ensino fundamental e médio que, em breve, terão acesso a Internet de alta velocidade, existem para minimizar e democratizar o acesso ao mundo digital, mas o desafio é grande e, talvez, mereça a atenção também de outros setores sociais como as entidades privadas e as organizações não-governamentais.2014 pode ser o momento para mostrar  ao mundo um Brasil digitalmente incluído.

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