quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Itália proíbe uso de véu para mulheres


Em meio ao crescimento de movimentos nacionalistas e de extrema direita na Europa, a Itália se tornou – depois de França e Bélgica – o terceiro país do continente a tentar impedir que mulheres utilizem tecidos para cobrir os seus rostos em locais públicos.

A Comissão de Assuntos Constitucionais do Parlamento italiano aprovou na terça-feira 2/agosto um projeto de lei que proíbe o uso do véu integral, seja o hijab (cobertura em volta da cabeça) ou o niqab (que deixa apenas os olhos descobertos).
A medida foi proposta pela jornalista marroquina naturalizada, Souad Sbai, integrante do partido conservador Povo da Liberdade, o mesmo do premiê Silvio Berlusconi. Em entrevista a agência de notícias italiana ANSA, ela afirmou que a aprovação dá um “impulso decisivo a uma medida de liberdade e civilidade. Nós não vamos parar, quando o caminho é a libertação das mulheres segregadas e sem direitos”.
Apesar da aprovação, três partidos se abstiveram: Futuro e Liberdade (FLI), União Democrática de Centro (UDC) e Itália dos Valores (IDV). Agora a proposta segue para o Parlamento após o recesso de verão, que termina em setembro.
A ministra de Igualdade de Oportunidades da Itália, Mara Carfagna, comentou a medida afirmando que o véu integral é uma imposição à mulher e um “sinal de opressão cultural e física”.
O projeto prevê multas de 30 mil euros e a aplicação de penas de até um ano de prisão a quem obrigar as mulheres a utilizarem o véu.

Medidas semelhantes
Na França o uso do véu em locais públicos é proibido desde abril e o descumprimento da lei pode gerar multas de 150 euros, aulas de cidadania e registro penal. No país, quem obrigar as mulheres a cobrirem os seus rostos com as vestimentas islâmicas pode receber multa de até 30 mil euros e ser preso por um ano.
Desde o final de julho a Bélgica também proíbe que as mulheres mantenham o rosto coberto nas ruas, estipulando multas de até 137,50 euros e a possibilidade de prisão por até sete dias.
As medidas “anti-véu” chegaram também em New South Wales, o estado mais populoso da Austrália. Na região, a polícia está autorizada a exigir que mulheres muçulmanas tirem seus véus caso sejam suspeitas de um crime. Em caso de recusa, podem ser presas por até um ano ou pagar fiança de 5,5 mil dólares.

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