Se tem uma coisa que a corretora de imóveis Fabiana Pimenta, da Fortune International Realty, uma das maiores imobiliárias de Miami, cumpre religiosamente nos últimos meses é agradecer a Deus por ser brasileira. Melhor: pelo fato de os Estados Unidos estarem abarrotados de brasileiros que andam se fartando de gastar na terra do Tio Sam, beneficiados pelo forte aumento da renda e pelo dólar em baixa — a moeda norte-americana vale o mesmo que 12 anos atrás.
São esses brasileiros que têm garantido à corretora um faturamento nunca visto em seus sete anos de carreira. No ano passado, eles eram responsáveis por 25% do total das vendas de imóveis novos e usados no balneário. Hoje, esse percentual já está em 45%, informou a corretora. "Em alguns prédios, cerca de 70% dos moradores são brasileiros e até o porteiro fala português", comemora.
Desde que a maior economia do mundo foi à bancarrota, em 2008, com o estouro de uma bolha imobiliária, são os estrangeiros que têm movimentado o setor do qual Fabiana tira o seu sustento. Ela não esperava, porém, que seriam os seus conterrâneos os maiores impulsionadores do mercado. "O que está ocorrendo é uma loucura. Os brasileiros simplesmente salvaram o mercado imobiliário da Flórida", diz. "Eles estão comprando de tudo. Casas e apartamentos para passar férias, para morar, para investimento. Há os que procuram o segundon ou o terceiro imóvel", conta.
Parte da clientela de Fabiana é composta de profissionais liberais, como médicos e advogados. Mas são os moradores de Brasília — a maioria, servidores públicos — o grupo mais reluzente de interessados em fincar um pé na ensolarada Miami. Eles só são superados pelos paulistas e pelos mineiros de Belo Horizonte. "O número de pessoas de Brasília interessadas em imóveis em Miami tem crescido muito nos últimos meses", diz a corretora.
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Diante do estrago na economia norte-americana, acreditava-se que esse estoque levaria pelo menos 10 anos para ser zerado. Com a disposição dos brasileiros em comprar imóveis naquela cidade, o volume de empreendimentos se resume, hoje, a três mil. De cada 100 residências vendidas nesses dois anos e meio, 25 foram para brasileiros.
Fonte: Correio Braziliense
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