Resolução da ONU constitui primeiro passo para
levar o regime comunista ante a justiça internacional por crimes contra a Humanidade
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A Coreia do Norte ameaçou realizar novos
testes nucleares após a resolução da ONU
Foto: KCNA / Reuters
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A Coreia do Norte ameaçou nesta quinta-feira
(20/11/2014) realizar um novo teste nuclear em resposta a uma resolução da ONU
que constitui um primeiro passo para levar o regime comunista ante a justiça
internacional por crimes contra a Humanidade.
Ao mesmo tempo, imagens feitas por satélites
mostram que a Coreia do Norte poderia estar colocando em funcionamento uma
fábrica de reprocessamento destinada à extração de plutônio de qualidade
militar em seu complexo nuclear de Yongbyon.
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Geral
da ONU votou na terça-feira uma resolução na qual solicita ao Conselho de
Segurança que recorra ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para denunciar
crimes imputados ao regime norte-coreano.
Esta resolução é uma das tentativas de chamar a
atenção de Pyongyang perante a comunidade internacional. "Esta agressão
pelos Estados Unidos não permitirá uma abstenção por muito mais tempo de um
novo teste nuclear. Nossa capacidade de dissuasão militar será reforçada para
nos proteger contra qualquer intervenção militar dos Estados Unidos e qualquer
tentativa de invasão armada", ressaltou em um comunicado.
A Coreia do Norte realizou três testes nucleares, o
último em fevereiro de 2013.
Moscou considerou, por sua vez, que a resolução da
ONU é contra-producente. "A nosso ver, é contra-producente tentar fazer
declarações ruidosas através de resoluções conflituosas na Assembleia Geral da
ONU e no Conselho de Direitos Humanos", declarou o ministro russo das Relações
Exteriores, Sergeui Lavrov, após um encontro em Moscou com o emissário especial
do líder norte-coreano Kim Jong-Un.
O governo sul-coreano, através de um comunicado do
ministério da Defesa, informou que suas Forças Armadas estão alertas e não
"tolerarão qualquer provocação".
O texto da ONU, não vinculativo, é baseado em um
relatório de 400 páginas, concluído após uma longa investigação sobre as
violações dos direitos Humanos na Coreia do Norte, "inigualável no mundo
contemporâneo."
Durante um ano, os investigadores coletaram os
testemunhos de exilados norte-coreanos e documentaram uma rede de campos de
prisioneiros, onde ocorrem torturas, execuções extrajudiciais e estupros.
O relatório estima que a responsabilidade por essas
violações, que constituem crimes contra a Humanidade, é das mais altas
autoridades do Estado.
As autoridades norte-coreanas temem que Kim Jong-Un
seja acusado perante o TPI, mesmo que o líder se recuse a comparecer
voluntariamente.
A resolução deve ser estudada em dezembro por toda
a Assembleia Geral da ONU.
Mas a chave do processo está nas mãos do Conselho
de Segurança da ONU, onde é provável que a China, principal aliado da Coreia do
Norte, e Rússia exerçam seu direito a veto.
Neste contexto, imagens captadas recentemente por
satélites mostram nuvens de vapor sobre uma usina de reprocessamento de
combustível em Yongbyon, segundo os pesquisadores do Instituto EUA-Coreia da
Universidade Johns Hopkins de Washington.
Isso poderia indicar que os norte-coreanos estão
preparando a reativação da fábrica de reprocessamento de combustível do reator
que produz plutônio que pode entrar na composição de uma bomba atômica.
Fechada em 2007 sob um acordo de "apoio ao
desarmamento", o reator pode produzir, em princípio, seis quilos de
plutônio por ano, o suficiente para fazer uma bomba nuclear, de acordo com
especialistas estrangeiros.
A Coreia do Norte usou uma parte de seu estoque de
plutônio para dois de seus três testes nucleares e ainda tem reservas
suficientes para produzir seis bombas nucleares, de acordo com especialistas
estrangeiros.
Fonte: Terra
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