Ativistas invadiram o Clipper Hope para impedir
carregamento de ferro-gusa.
Objetivo era alertar contra a cadeia de produção do metal.
Objetivo era alertar contra a cadeia de produção do metal.
Representantes da Organização Não
Governamental Greenpeace realizaram um protesto, nesta segunda-feira, em São
Luís, contra o desmatamento, invasão de terras indígenas e trabalho escravo.
Eles subiram a bordo do navio cargueiro bahamense Clipper Hope, que realiza
manobras na baía de São Marcos, para receber um carregamento de 30 mil
toneladas de ferro-gusa.
Para chegar até o cargueiro, os
integrantes da organização utilizaram o navio Rainbow Warrior, ancorado desde o
último domingo na Baía de São Marcos.
Os ativistas escalaram e bloquearam a
âncora de um navio que estava prestes para receber o carregamento que seria
levado para os Estados Unidos. Eles carregavam uma bandeira onde estava escrito
“Dilma, desliga a motosserra”, em clara alusão à campanha para que a presidenta
Dilma Rousseff vete as alterações no Código Florestal, recentemente aprovadas
no Congresso Nacional e contra a cadeia de produção do ferro-gusa.
Segundo o site oficial
da Ong, o protesto, no mar em frente à capital maranhense, levanta questões
embaraçosas sobre o comprometimento da presidente Dilma Rousseff e seu governo
quanto à proteção ambiental às vésperas da Rio+20, a cúpula da ONU sobre clima,
biodiversidade e desenvolvimento sustentável que começa oficialmente, no dia 20
de junho, no Rio de Janeiro.
O Greenpeace, também, informa em seu
site que siderúrgicas como Viena – dona da carga do navio – e Sidepar negociam
com carvoarias repletas de irregularidades no Maranhão e no Pará. A
lista inclui a extração ilegal de madeira e o uso de trabalho análogo ao
escravo, de acordo com relatório “Carvoaria Amazônia”, divulgado hoje pelo
próprio Greenpeace.
Ainda segundo o documento da
organização, apesar de a investigação ser um pequeno recorte da cadeia de
produção, tanto Viena quanto a Sidepar exportam quase 80% do ferro-gusa que
produzem na Amazônia para os EUA, onde vira aço usado por montadoras de
veículos americanas.
Procurado pelo G1, o capitão de mar e guerra Jair dos
Santos Oliveira disse já ter encaminhado uma equipe de técnicos para avaliar a
situação e que até o final do dia emitiria uma nota oficial sobre o caso.
“Somente então poderemos nos pronunciar oficialmente”, explicou.
Navio foi invadido
por ativistas do Greenpeace no início da tarde
(Foto: Greenpeace)
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