sábado, 16 de julho de 2011

Conselho de Segurança autoriza retirada da missão da ONU no Sudão

O Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizou nesta segunda-feira a retirada da missão do organismo multilateral no Sudão (UNMIS), cujo mandato era supervisionar a implementação do acordo de paz que pôs fim em 2005 a guerra civil entre o norte e o sul do país que durou 21 anos.
Os 15 membros do conselho, presidido pela Alemanha em julho, adotaram por unanimidade uma resolução que determina a retirada absoluta dos mais de 10 mil soldados envolvidos, até 31 de agosto.
Os capacetes azuis terminaram seu mandato oficial em 9 de julho, quando o Sudão do Sul consumou sua independência e se erigiu como um novo Estado.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o Conselho de Segurança solicitaram sem sucesso ao Governo de Cartum que permitisse a permanência da UNMIS em seu território já que ainda tem assuntos pendentes.
Os integrantes do conselho lamentaram a decisão das autoridades sudanesas e apontaram que vão tentar convencê-las de sua importância, segundo explicou a embaixadora dos Estados Unidos, Susan Rice.
"Vamos continuar pedindo ao Governo do Sudão nas próximas semanas para que aceite. É para o seu próprio bem. Esperamos também que outros atores da comunidade internacional incentivem Cartum a aceitá-la", disse Susan.
Os pontos pendentes do acordo de paz suscitaram recentemente uma onda de violência em Kordofan do Sul e Nilo Azul, estados limítrofes com o Sudão do Sul, assim como em Abyei, a região petrolífera sudanesa disputada por ambas as partes.
A resolução estabelece que a equipe da UNMIS seja transferida para a nova missão da ONU no Sudão do Sul e para a força de paz etíope em Abyei.
O embaixador da França, Gérard Araud, lamentou que a missão não vai continuar e alertou para o risco de confrontos contra populações civis.
"Pedimos ao Governo do Sudão e ao Movimento Popular para a Libertação do Sudão (MPLS Norte) a imediata interrupção das hostilidades, que assinem um acordo nesse sentido e que concluam os acordos de segurança relativos a Kordofan Sul e ao Nilo Azul", acrescentou o diplomata.
O embaixador britânico, Mark Lyall Grant, se pronunciou em termos similares e agradeceu ao representante especial do secretário-geral no Sudão, Haile Menkerios, por seus esforços em prol desses objetivos.
"A presença de UNMIS é ainda mais necessária em Kordofan do Sul, onde continua havendo denúncias de violações de direitos humanos e da lei humanitária internacional", disse o diplomata britânico que afirmou que a população civil da região chegou a ser alvo de bombardeios por parte das forças aéreas sudanesas.
Fonte: Terra

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