O Brasil dará, na terça-feira, 2, um importante passo para
uma eventual entrada na Organização para o Desenvolvimento Econômico e Social
(OCDE).
Após uma negociação-relâmpago para os padrões diplomáticos,
o País assinará um acordo em Paris para aprofundar o relacionamento com a
entidade, que reúne as principais economias ricas do mundo.
Isso abrirá caminho para uma futura adesão formal ao
organismo. Um dos argumentos de quem apoia a iniciativa é que a aproximação
ajudará no crescimento econômico.
Com a presença dos ministros de Relações Exteriores, Mauro
Vieira, da Fazenda,Joaquim Levy, e do secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, o
Brasil assinará no fim da tarde de terça-feira, 2, durante o fórum anual da
entidade, o "Acordo Marco de Cooperação com a OCDE".
O texto que aprofundará o relacionamento começou a ser
discutido oficialmente em abril, segundo informou ao Broadcast um integrante do
governo que acompanha o tema, mas pediu anonimato.
O documento vai estabelecer a base jurídica para o
relacionamento entre o País e a OCDE e prevê, entre outros temas, detalhes
sobre como serão feitas futuras contribuições financeiras do governo brasileiro
à entidade.
Na esfera econômica e diplomática, os dois meses de debate
para o texto final são exaltados pela rapidez.
Para diplomatas, a assinatura do acordo é entendida como o
mais importante passo dado pelo Brasil rumo à futura adesão.
Para a equipe econômica, há expectativa de que seja
entendida como um movimento "amigável ao mercado".
Grupo dos ricos
Apesar do interesse da OCDE em atrair o Brasil, certas áreas
da diplomacia e do governo brasileiro mantinham distância da entidade, entre
outras razões, pela leitura de que a organização era um "grupo dos
ricos".
Mesmo que com essa cautela, o Brasil se aproximou.
Na educação, por exemplo, o País é o único não membro da
OCDE no conselho do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o Pisa.
Em Brasília, o principal argumento para a aproximação é que
a OCDE está alinhada com o discurso de que o Brasil precisa melhorar o ambiente
de negócios.
A entidade estuda e incentiva políticas para o aumento da
eficiência dos gastos públicos, da produtividade e da qualificação dos
trabalhadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Exame
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