Procissão na praça de São Pedro marcou comemoração. Bento XVI também é membro daquela organização.
A Ordem de Malta, uma ordem religiosa de elite, para os membros
da nobreza europeia, celebrou os seus 900 anos de existência com uma procissão,
uma missa e uma audiência com o Papa no Vaticano, este sábado. Bento XVI também
é membro desta ordem que, em tempos, foi de cavaleiros.
Actualmente, a ordem já não luta contra os muçulmanos em
nome da fé cristã, mas é detentora de cantinas sociais, lares para idosos,
hospitais e outros serviços de saúde e assistência social em 120 países. É
ainda uma entidade soberana com poder para imprimir passaportes e emitir moeda.
É membro observador nas Nações Unidas e tem relações diplomáticas com 104
países, apesar de não ter qualquer estado a que possa chamar de seu – em 1798,
Napoleão expulsou-a de Malta.
Cerca de quatro mil pessoas – voluntários que envergavam
fatos cor-de-laranja; crianças com bonés vermelhos; e os membros da ordem com
longas capas negras ponteadas, de cada lado do peito, com a cruz de Malta –
chegaram à Praça de São Pedro em procissão e entraram na basílica, marcando
assim a data em que a Santa Sé reconheceu a ordem, há 900 anos.
Depois da missa, celebrada pelo cardeal Tarcisio Bertone, o
número dois do Vaticano; Bento XVI foi à basílica para uma audiência, na qual
agradeceu à ordem os seus serviços e a exortou a continuar a providenciar
serviços de saúde, em todo o mundo, para os mais necessitados, mantendo-se fiel
aos ideais cristãos. O trabalho daquela organização "não é só
filantrópico, mas é uma expressão efectiva e um testemunho vivo do amor
evangélico", disse o Papa.
A história da ordem começa no século XI, numa enfermaria, em
Jerusalém, que foi criada por um monge para auxiliar os perigrinos que
visitavam a Terra Santa. Durante o tempo das cruzadas, a ordem espalhou-se e
assumiu um papel militar ao proteger os peregrinos dos ataques muçulmanos. Em
Fevereiro de 1113, o papa Pascoal II reconheceu a ordem e entregou-lhe uma bula
papal onde lhe dá um estatuto de soberania e de independência.
Para serem admitidos, os membros tinham de provar a sua
origem nobre até à oitava geração. Este requisito já não é tão rígido em alguns
países europeus, mas continua a existir, com membros da ordem pertencentes às
famílias católicas mais ricas da Europa. Sessenta dos seus 13.500 membros são
"cavaleiros professos" porque fazem votos de pobreza, castidade e
obediência e vivem como monges, embora não sejam ordenados padres. Da ordem
fazem ainda parte 80 mil voluntários e 25 mil médicos, enfermeiros e
paramédicos.
Fonte: Publico
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