Os 15 países-membros do Conselho de Segurança realizaram uma sessão de emergência neste domingo (25.09.2016) após uma série de bombardeios à cidade de Alepo, na Síria.
Segundo as Nações Unidas, 275 mil sírios estão sem poder sair do leste de Alepo, onde a ajuda humanitária está acabando.
Ataque sem precedentes
O enviado especial da ONU à Síria, Staffan de Mistura, participou da reunião e disse que os Estados Unidos e a Rússia têm que fazer todo o possível para evitar que o país árabe chegue ao precipício.
Mistura afirmou ainda que pelo menos 200 pessoas morreram no bombardeio de quinta-feira à cidade. O enviado especial da ONU contou que o nível do ataque foi sem precedentes.
Entre a munição utilizada estavam bombas anti-bunker que deixaram crateras nas áreas atingidas.
Staffan de Mistura pediu ao Conselho de Segurança, com base no ponto de vista humanitário, que pressione pelo fim da violência e a proteção de civis e da infraestrutura.
Ele disse ainda que é preciso haver uma pausa de 48 horas por semana para a passagem de ajuda aos moradores de Alepo. Segundo o enviado especial, a ONU e os parceiros têm de ter acesso à cidade sem nenhuma condição seja do governo ou da oposição. Ele também pediu a evacuação médica de doentes que precisam de socorro.
Escombros
Um acordo de cessar-fogo temporário que estava em vigor após uma decisão dos Estados Unidos e da Rússia foi suspenso na semana passada. De Mistura afirmou que os dois países, que são membros permanentes do Conselho de Segurança, devem fazer mais para acabar com o que ele chamou de um banho de sangue. Pelo menos 2 milhões de pessoas estão vivendo numa cidade sitiada.
Após o bombardeio com a pesada munição, de Mistura afirmou que a cidade foi reduzida a escombros.
O Grupo Internacional de Apoio à Síria é co-presidido por norte-americanos e russos, mas a força-tarefa conta ainda com a ONU, a Liga Árabe, a União Europeia e 16 países.
Ainda na manhã deste domingo, o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon disse que está chocado com a escalada da violência em Alepo.
Segundo ele, o uso de bombas anti-bunker eleva o conflito para um novo nível de barbárie. Ban lembrou que a lei internacional é clara: o uso de armas indiscriminadas em áreas populosas é um crime de guerra.
Ao mencionar a reunião de emergência no Conselho de Segurança, Ban perguntou que desculpa pode haver para não acabar com o que ele chamou de uma carnificina, e terminou pedindo a todos que façam sua parte para pôr fim à violência na Síria.
Fonte: Radio ONU
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