Gilles Deleuze e Felix Guattari, filósofos da pós-modernidade, compuseram uma forma de pensar própria que, na maioria das vezes, escapa das nossas mãos ao primeiro toque. É que seus conceitos não são definições, mas acessos, caminhos, processos, devires, espaços de composição de pensamento que movem o ato de pensar de um lugar para outro sem que este primeiro ou este segundo se fixem como tal. Há na filosofia de ambos uma ideia de que a história, enquanto tal, não se forma por aquilo que é contado por uma cronologia, ou seja, uma séries de narrativas que se sequenciam, mas na articulação entre o que foi dito e o não-dito com aquilo que ainda pode ser dito, sendo assim, a história deixa de ser algo que ruma para algum lugar e passa a formar raízes, caminhos próprios que se organizam através da contingência e da associação de elementos que se queira pensar.
O rizoma seria, então, esta forma em que o pensamento se abre como raízes, como galhos. Em outras palavras, os rizomas são espécies de vincos, de braços abertos dentro de uma trajetória histórica que interrompem o fluxo contínuo da história e abrem novas formas de articulações dos elementos. Essas imagens que se chocam são explicadas por Deleuze e Guattari, em suas obras, a partir da ideia de que:
É preciso fazer o múltiplo, não acrescentando sempre uma dimensão superior, mas ao contrário, de maneira simples, com força de sobriedade, no nível das dimensões que se dispõe, sempre n-1. (…) Há rizoma quando os ratos deslizam uns sobre os outros. Há o melhor e o pior no rizoma: a batata e a grama, e a erva daninha. (…) Qualquer ponto de um rizoma pode ser conectado a qualquer outro e deve sê-lo. (DELEUZE, 2010, p. 15)
Para esmiuçar melhor este conceito e explica-lo de forma mais didática, o NotaTerapia separou o vídeo em que Alexander Kluge e Joseph Vogl conversam e pensam juntos o conceito de Rizoma. Confira:
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