O professor de Relações Internacionais da Universidade de Harvard, Stephen M. Walt, listou 10 livros que todo estudante da área deve ler, com seus títulos favoritos sobre política internacional e política externa.
“Os livros não são necessariamente os que indicaria em um programa de pós-graduação, ao invés disso, listei dez livros que tiveram grande influência no meu pensamento, foram um prazer de leitura ou têm valor para quem tenta buscar um sentido para a política mundial contemporânea”, explica o professor no site Foreign Policy.
Confira as indicações:
1. O Homem, O Estado e a Guerra – uma análise teórica (Kenneth Waltz)
Um clássico que li na faculdade. Além de fornecer diferentes teorias de guerra (localizando-as na natureza do homem, nas características dos estados ou no sistema internacional anárquico), o autor faz críticas incisivas destes três níveis de análise. Descobrir que este livro começou como uma tese de doutorado de Waltz foi um momento humilhante na minha própria carreira de pós-graduação.
2. Armas, Germes e Aço – os destinos das sociedades humanas (Jared Diamond)
Faz uma combinação com biologia e macro-história de forma convincente, explicando por que pequenas diferenças no clima, população, agronomia e similares acabaram causando efeitos de longo alcance sobre a evolução das sociedades humanas. Uma leitura emocionante.
3. Arms and Influence (Thomas Schelling)
O autor possui um Prêmio Nobel, então é de se esperar um monte de ideias incríveis. Algumas ideias de Schelling não parecem ter funcionado bem na prática, mas mais do que qualquer outra pessoa, o autor nos ensina a pensar sobre questões militares de uma forma genuinamente estratégica.
4. Seeing Like a State: How Certain Schemes to Improve the Human Condition Have Failed (James Scott)
Não é exatamente um livro sobre relações internacionais, mas faz uma exploração fascinante das origens de grandes loucuras humanas (como o “florestamento científico” prussiano ou a agricultura coletivizada stalinista). Scott põe a culpa por estes grotescos desastres provocados pelo homem na autoridade política centralizada, ou seja, a ausência de discordância, e nas ideologias totalitárias que buscavam impor a uniformidade e a ordem em nome de algum modelo pseudo-científico duvidoso. É um livro que aspirantes a “construir nações” e intervencionistas liberais devem ler como um antídoto para suas próprias ambições.
As obras de Scott me inspiraram intelectualmente a lançar meu livro “Taming American Power”.
5. The Best and the Brightest (David Halberstam)
Fiquei acordado a noite toda lendo este livro convincente sobre uma grande tragédia nacional e aprendi a não assumir que as pessoas responsáveis sabiam o que estavam fazendo. Ainda relevante nos dias de hoje, não acham?
6. Perception and Misperception in International Politics (Robert Jervis)
Li enquanto trabalhava servindo em um bar no Stanford Faculty Club, em 1977. Discutivelmente, ainda é o melhor guia para as formas que a psicologia pode informar sobre a nossa compreensão da política mundial. Entre outras coisas, o livro convenceu de que eu nunca saberia tanta história quanto Jervis. Eu estava certo.
7. A Tragédia da Política das Grandes Potências (John J. Mearsheimer)
Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? Por que “Estados bons” fazem um monte de coisas ruins? Mearsheimer responde. Bem escrito, controverso e deprimentemente persuasivo.
8. Nações e Nacionalismo (Ernst Gellner)
O Estado é a forma política dominante no mundo de hoje e o nacionalismo continua sendo uma força política poderosa. Este livro lhe ajudará a entender de onde veio e por que perdura.
9. White House Years & Years of Upheaval (Henry A. Kissinger)
Memórias sempre devem ser lidas com um olhar cético e a de Kissinger não é exceção, mas se você quer saber um pouco sobre como é executar a política externa de um grande poder está é uma obra poderosamente bem argumentada e reveladora. Descrições de colegas de Kissinger são, na maioria das vezes, sinceras e cheias de insights.
10. A Grande Transformação (Karl Polanyi)
De onde veio o mundo moderno e quais são as mudanças políticas, econômicas e sociais que este acarretou? Polanyi não responde todas as questões, mas já é um bom começo.
Fonte: Diplomacia Civil
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