É impossível cessar uma guerra com mais guerra, disse José Pepe Mujica sobre a possibilidade de intervenção militar na Síria
José Mujica sobre Síria: “Único bombardeio admissível seria de leite em pó e biscoitos” (AFP)
Em meio ao clima de tensão no Oriente Médio com a possibilidade de intervenção militar na Síria, José Mujica ironiza: “O único bombardeio admissível seria de leite em pó, biscoitos e comida”,disse.
O presidente uruguaio defende que uma ação militar não é o melhor
caminho para solucionar o conflito civil no país. “Isso seria tentar
apagar uma fogueira colocando mais combustível”, argumenta em referência
ao plano norte-americano de intervenção. “A guerra não se resolve
introduzindo mais guerra. Isso leva a situação para um caminho de
conflitos intermináveis que promove um profundo ressentimento que vai
transformar em luta e resistência “aqui e ali”, reitera em entrevista a
uma emissora local do Uruguai.
Citado pela imprensa espanhola neste sábado (07/09), o presidente
uruguaio fez referências na história contemporânea para argumentar os
impactos negativos da guerra. “Cada uma das tentativas nos últimos 30
anos de impor a democracia ocidental – da forma como conhecemos –, na
Ásia ou no mundo Árabe, teve o resultado semelhante de sacrifício e
dor”, analisou ao El Pais.
Na contramão de Mujica, o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, pediu aos membros do Congresso que não fechem os olhos ao uso de
armas químicas na Síria. “Nós somos os Estados Unidos. Não podemos ficar
cegos diante das imagens da Síria. É por isso que peço aos membros do
Congresso, dos dois partidos, que se unam e ajam para promover o mundo
onde nós queremos viver, o mundo que queremos deixar aos nossos filhos e
às futuras gerações”, disse Obama, que procura o apoio do Congresso
para ataques militares à Síria. O presidente falou à população em um
programa semanal de rádio.
O Congresso norte-americano deve começar, na segunda-feira (9), a
debater os ataques defendidos por Barack Obama como reação ao uso de
armas químicas no dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco, capital
síria, pelo qual responsabiliza o regime do presidente Bashar Al Assad.
Fonte: Pragmatismo Político
Nenhum comentário:
Postar um comentário