terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Davos: reunião é concluída em meio a desconfianças e alívios


A reunião anual do Fórum Econômico Mundial, realizada entre 23 e 26 de janeiro, em Davos (Suíça), terminou com um misto de alívio e desconfiança. Estruturada em torno da temática “dinamismo resiliente”, a reunião tinha por objetivo discutir estratégias públicas e privadas para estimular o crescimento e conter os riscos em um cenário de recuperação econômica e política.
Embora a atmosfera fosse de otimismo, o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertaram para a existência de sérios problemas nas economias desenvolvidas.
“Não é um belo quadro o que estamos vendo, devíamos estar preocupados”, declarou Gurrria, afirmando ainda que o clima de otimismo sentido em Davos decorreria do alívio pela não ocorrência da temida catástrofe econômica na Europa, e não da ainda pouca sólida recuperação econômica.
Mais otimista, Lagarde argumentou que os europeus criaram mecanismos para contornar a crise, reafirmaram o compromisso com a manutenção do euro e mostraram disposição de atuar em conjunto. No entanto, a diretora-geral do FMI também alertou que os governos – inclusive aqueles dos países emergentes – não devem relaxar, que correm riscos se não mantiverem as políticas que os protegeram da crise. “A situação ainda é muito frágil e propícia a crises políticas. Não é um panorama estável, mas melhorou muito”.
Em meio a debates sobre os prospectos da economia mundial, ministros do Comércio reunidos em Davos aproveitaram a ocasião para tratar informalmente dos preparativos para a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será realizada entre 3 e 6 de dezembro, em Bali (Indonésia).
Diante do impasse nas negociações da Rodada Doha, a 11ª Conferência Ministerial é vista como a chance de avançar nas discussões sobre pontos menos controversos do acordo. Contudo, os membros da OMC abordaram os preparativos para Bali com cautela, a fim de evitar a pressão pública.
Em seus comentários após o encontro paralelo ao Fórum Econômico Mundial, que reuniu 20 oficiais dos membros de maior peso da OMC, além do diretor-geral Pascal Lamy, o ministro da Economia da Suíça, Johann Schneider-Ammann, afirmou haver consenso entre os participantes quanto à necessidade de inclusão de temáticas como facilitação de comércio, alguns componentes sobre agricultura e tratamento especial e diferenciado em eventual acordo a ser entregue em Bali. Diante da importância de gerenciamento dos preparativos para a Conferência, os ministros enfatizaram a necessidade de que os objetivos desse acordo sejam definidos o quanto antes.
“Enfatizamos que o sucesso de Bali não pode ser visto como o final da Rodada Doha. Ao contrário, deve ser considerado um marco fundamental para que questões problemáticas ainda pendentes sejam debatidas”, afirmou Schneider-Ammann.

Fonte: Pontes

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