terça-feira, 30 de setembro de 2014

Oito maneiras de viajar de graça como voluntário

Uma pergunta que sempre recebemos em nossa fanpage é como viajamos o mundo de graça ou gastando quase nada. Não somos ricos, nossos pais não pagam nossas despesas e mesmo assim vivemos na estrada, como assim?!?
Hoje vamos listar 8 maneiras de conseguir hospedagem e alimentação trabalhando como voluntário em diversos projetos ao redor do mundo.
Já havíamos mostrado no blog Vagabundo Profissional três maneiras de viajar o mundo trabalhando como voluntário em projetos sociais.
Além de ser uma maneira de fazer o bem ao próximo, o voluntarismo é ainda uma maneira bem mais barata de viajar e, com certeza, saindo muito da zona de conforto.
Para isso separamos, além das três que já havíamos mostrado antes, mais sete maneiras de conseguir um viajar de graça trabalhando em obras sociais ao redor do planeta.
www.change.org/
1-  Turtle Teams – várias partes do mundo
São milhares de pequenos grupos ao redor do mundo que ajudam tartarugas marinhas, normalmente em praias onde ocorrem a desova dos bichinhos. Os valores variam muito, podendo custar muitos dólares, porém muitas organizações oferecem acomodações de baixo custo.
Já imaginou viajar, conhecer praias paradisíacas e ainda fazer sua parte para ajudar uma espécie a sair da lista de risco de extinção? Mais informações sobre esse tipo de trabalho: Campamento TorutgeroSea Turtles e Sea Turtle Conservancy
2- Voluntariado de conservação – Austrália e Nova Zelândia
Consistem em projetos de curta duração de conservação de habitats e promoção do eco-turismo. Os valores variam, podendo chegar a AUS$ 208 por uma semana de estadia, variando de acampamento ou chalés. Algumas organizações disponibilizam viagens gratuitas de poucos dias.

3- Voluntariado do Sudão – Sudão, África
Um dos mais interessantes na nossa opinião. Consiste em ensinar inglês em escolas e universidades do país mais pobre do mundo, além de participar de outros projetos nas comunidades.
Normalmente paga-se a passagem até o país, porém todos os outros custos estão cobertos e algumas organizações ainda consideram uma ajuda de custo mensal para o voluntário.
Mais informações: Sudan Volunteer Programme
4- Conservação da Trilha Apalache – Estados Unidos
A Trilha Apalache é uma trilha clássica de mais de 3 mil quilômetros de extensão cruzando o leste dos Estados Unidos. Além de ser o lar de mais de duas mil espécies, muitas em risco de extinção.
Já pensou trabalhar nesse ambiente em troca de comida e abrigo em um dos lugares mais belos dos estados Unidos? Mais informações: Appalachian Trail Conservancy
5- Trip Leader da HF Holidays – Toda a Europa
A HF Holidays é uma das mais populares companhias europeias de pacotes de viagens e feriados. Ao se voluntariar o viajante terá a oportunidade de explorar a Europa acompanhando os grupos. Uma ótima maneira de conhecer países, pessoas, adquirir e passar conhecimento. Mais informações: HF Holidays
6- Peace Corps – várias partes do mundo
Consistem em uma série de projetos de saúde, desenvolvimento de negócios e conservação do meio ambiente. É aberto apenas a residentes nos Estados Unidos e tem o compromisso de 27 meses de trabalho. Mais informações: Peace Corps e Voluntary Service Overseas.
7- Voluntário das Nações Unidas – várias partes do mundo
A ONU, Organização das Nações Unidas, oferece oportunidades de voluntariado nas áreas de ajuda médica, desenvolvimento econômico e ajuda emergencial após desastres naturais. Uma ótima oportunidade para quem deseja fazer a diferença no mundo. Mais informações: UN Volunteers
8- Voluntáriado em um Kibbutz – Israel
Um kibutz é uma forma de colectividade comunitária israelita, algo como a nossa cooperativa, porém mesclando um pouco da ideologia socialista e o sionismo no sionismo trabalhista.
Esse é um dos trabalhos mais arriscados em uma das regiões que mais vemos nos noticiários pelo mundo, porém é oportunidade única de ver e viver em primeira mão tudo o que aparece na televisão, e ainda fazendo nossa parte por um mundo melhor, mais humano e mais pacífico.
Porém, caso você decida conhecer os países ao redor, como Jordânia, Egito ou Turquia, um carimbo israelense no passaporte pode render algumas horinhas na salinha pra dar algumas explicações. Mais informações: Kibbutz Volunteer

Leia também: 3 maneiras de viajar de graça pelo mundo

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Mito do Protecionismo Esclarecido

Alguns leitores perguntam se vi a entrevista do coreano Ha-Joon Chang na Globo News ontem. Não vi. Mas posso imaginar o teor de seu discurso. Já li seu livro Maus Samaritanos, e artigos sobre sua tese do “chutando a escada”. Nada mais que o velho mercantilismo de Friedrich List requentado.
Aliás, aproveito para fazer um breve parêntese: a Globo News, assim como o jornal Valor Econômico, tem dado uma guinada escancarada ao esquerdismo, não acham? O jornal até dispensou recentemente um dos melhores colunistas, Alexandre Schwartsman, sem explicação alguma. Estranho… mas fecho o parêntese.
Voltando ao coreano, segue a resenha crítica que escrevi de seu livro para a revista gaúcha Amanhã, publicada em 2009. Acho que ficará mais claro o que penso de suas ideias, e arriscaria dizer que deve rebater seus pontos na entrevista da Globo News também:
O Mito do Protecionismo Esclarecido
Uma coletânea de falácias. Assim pode ser resumido “Maus Samaritanos”, o novo livro de Ha-Joon Chang, que defende o protecionismo estatal contra o livre-comércio. O “novo desenvolvimentismo” de Chang é apenas o velho mercantilismo.
A tese do livro é que os países ricos se desenvolveram graças ao protecionismo estatal. Agora, eles pretendem “chutar a escada” e impedir o acesso aos países pobres. Para tanto, contam com um poderoso aparato de neoliberais – os “maus samaritanos”. Assim, a privatização, a redução da burocracia, um banco central menos politizado, o combate á inflação, a abertura comercial e o equilíbrio orçamentário do governo seriam medidas prejudiciais aos países pobres, defendidas pelos neoliberais por interesse ou ignorância. A “Trindade Profana”, representada pelo FMI, OMC e Banco Mundial, seria a principal arma deles.
Contra a “mão invisível” do mercado, seria necessária a “mão benevolente” do governo. Trata-se do velho dirigismo estatal, a crença de que o Estado deve assumir a locomotiva do desenvolvimento econômico. Chang parece acreditar que um “déspota esclarecido” irá decidir qual protecionismo é desejável, e tomar medidas sempre com o “bem-comum” em mente. O governante será clarividente e honesto, uma espécie de “rei filósofo” platônico. Chang acredita no paternalismo estatal, e chega a fazer uma analogia entre a proteção ao seu filho de seis anos até a maturidade, e a proteção do governo às “empresas nascentes”. O governo é o pai do povo.
Os países ricos deveriam aceitar o protecionismo dos mais pobres sem reclamar, pois são mais ricos. Um dos problemas disso é que o protecionismo não beneficia os países pobres, mas sim grupos ricos desses países. É análogo ao marxismo dentro de cada nação: atacar os mais ricos não favorece os mais pobres, e sim o contrário. Outro problema desse raciocínio é que o protecionismo seria desejável dentro da nação também. Cada estado deveria proteger suas indústrias para garantir seu desenvolvimento. A lógica poderia continuar: cada bairro deveria fazer o mesmo. No extremo, acaba-se concluindo que a auto-subsistência do indivíduo pode ser desejável.
Chang confunde correlação com causalidade, citando fases protecionistas com bons resultados, e afirmando que as reformas neoliberais geraram as crises. A falácia desse raciocínio é que o crescimento apenas hipotecou o futuro. Após uma era de crescimento artificialmente gerado pelos gastos estatais, um ajuste se faz necessário. Mas Chang prefere condenar o termômetro pela febre. Ele ataca os sintomas expostos pelo mercado, em vez das causas plantadas pelo desenvolvimentismo.
Se há protecionismo nos países desenvolvidos, então ele é causa do sucesso. No livro, “aprendemos” que Taiwan, Cingapura, Irlanda, Estados Unidos, Inglaterra e Suíça são exemplos de sucesso do protecionismo esclarecido, e que Argentina, Brasil e Rússia são casos de fracassos do neoliberalismo. Quanta inversão!
Chang posa como o “bom samaritano” em defesa dos países pobres, mas, na verdade, ele é apenas o defensor dos ricos desses países. Seu discurso protecionista seria abraçado com empolgação pelos grandes empresários interessados em barrar a livre concorrência. Com “bons samaritanos” como o senhor Chang, os pobres não precisam de inimigos!
Fonte: Veja

'Pobres e ricos têm tratameto idêntico em sistema único no Canadá', diz médico brasileiro


Com passagem pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Paraná e há mais de 10 anos atuando no Canadá, o médico brasileiro Fabio Cury acumula experiência nos dois sistemas públicos de saúde e acredita que o Brasil poderia aproveitar alguns aspectos do modelo canadense.

Para Cury, que é especializado em rádio-oncologia - o tratamento do câncer com radiações ionizantes (também conhecido como radioterapia) - uma das grandes diferenças entre os dois países é a presença, no Brasil, de dois sistemas de saúde, um público e outro privado, diferentemente do que acontece no Canadá.
“A vantagem de ter um sistema único realmente único (como acontece no Canadá) e não ter um sistema paralelo, como o sistema privado ou o plano de saúde, é que todo mundo tem que ser tratado, e bem tratado, sob aquele sistema (público)”, disse Cury à BBC Brasil.
“(No Canadá) Toda a população tem acesso aos mesmos tratamentos, aos mesmos médicos, independentemente da sua classe social. É diferente do Brasil, onde uma pessoa com mais recursos será tratada em um hospital particular, e outra, com menos recursos, às vezes não será sequer tratada, ou será tratada em um hospital com menos tecnologia”, diz.

Sistema público
Cury explica que todos os canadenses, independentemente da situação financeira, usam o sistema público para serviços médicos e atendimento hospitalar. O gasto com saúde já está incluído no Imposto de Renda, de acordo com os rendimentos de cada um. Na hora de receber o atendimento, geralmente não é preciso desembolsar nada.
Mesmo no caso de uma clínica de propriedade privada, o pagamento pelo tratamento será feito pelo governo, dentro do sistema público de saúde, e não pelo paciente. O sistema privado pode ser usado apenas para alguns serviços, como testes e diagnósticos, algumas cirurgias estéticas ou tratamento odontológico.
Cury faz uma comparação com a situação no Brasil, onde, dependendo dos recursos financeiros, os pacientes vão optar pelo SUS, por planos de saúde ou por pagar pelo tratamento integralmente.
“No tratamento do câncer, por exemplo, há drogas que o SUS não cobre, e o convênio cobre. Ou só tem acesso se pagar. Então essa pessoa (com mais recursos financeiros) vai receber um tratamento diferenciado do que aquele que está lá pelo SUS (no Brasil)”, afirma.

Transição
Para Cury, uma possível maneira de elevar a qualidade do sistema público de saúde no Brasil seria melhorar salários e equipamentos, até que houvesse uma transição natural dos pacientes do sistema privado para o público.
“Quando (o tratamento pelo SUS) chegasse no mesmo nível dos grandes hospitais, talvez o paciente particular olhasse com outros olhos, visse que poderia fazer o tratamento de graça e com a mesma qualidade e no mesmo tempo”, destaca.
O brasileiro ressalta que os hospitais públicos no Canadá, ao contrário de muitos no Brasil, são equipados com tecnologia de ponta, acessível a todos os pacientes, ricos ou pobres.
“O investimento em tecnologia poderia fazer o sistema público do Brasil se tornar algo mais próximo do que o que existe aqui fora. Porque os profissionais do Brasil são bem treinados, de maneira geral”, afirma o brasileiro, que integra a equipe do Montreal General Hospital, parte do McGill University Health Center (Centro Universitário de Saúde McGill) em Montreal, na Província do Québec.

Espera
No sistema canadense, todos compartilham dos mesmos benefícios e eventuais desvantagens.
“Aqui toda a população tem acesso a tecnologia de ponta, tratamento de ponta, com as devidas restrições”, resume Cury.
Uma reclamação comum no Canadá é em relação ao tempo de espera para determinados tratamentos, considerado longo – mas, de acordo com Cury, ainda menor que a média no Brasil.
Naquele país, um órgão do governo é responsável por vistoriar e ter certeza de que os prazos são cumpridos.
“Aqui tem fila, mas ninguém morre na fila”, afirma Cury, ao observar que o tempo de espera costuma ser menor que o registrado no SUS, mas maior do que no sistema privado do Brasil ou de outros países.
Ao contrário do que ocorre no Brasil, no Canadá o paciente não tem a opção de pagar mais para ser atendido mais rápido.
Cury observa que há casos de pacientes com mais recursos que acabam, por exemplo, viajando aos Estados Unidos em busca de uma consulta de segunda opinião ou de tratamento mais rápido.
Mas de modo geral, em caso de descontentamento com algum serviço, a reação da população costuma ser reclamar e exigir seus direitos ao tratamento de saúde de ponta.

Ensino e pesquisa
Para o rádio-oncologista, o maior estímulo ao ensino e à pesquisa também são aspectos do modelo canadense que poderiam ser adotados no Brasil.
Outro fator que, na visão de Cury, poderia ser melhorado no Brasil seria a criação de condições para que os profissionais de saúde se dediquem exclusivamente a um determinado local, sem precisar recorrer a dois ou mais empregos para pagar as contas.
“Infelizmente, vejo colegas no Brasil trabalhando em dois ou três lugares. Aqui, a maioria trabalha em um único hospital. É onde você vai ver seus pacientes, vai fazer sua pesquisa e vai lidar com a sua parte de ensino”, afirma.
“A ideia de se ter plano de carreira para um médico, tanto dentro da universidade quanto alguma coisa guiada pelo governo, com salários melhores, com plano de aposentadoria e tudo mais, seria um grande atrativo para o médico brasileiro.”
Formado pela Universidade Federal do Paraná, Cury, de 40 anos, chegou ao Canadá em 2003, após concluir residência no Brasil. Logo depois, surgiu o convite para permanecer no país.
Assim como todos os médicos formados fora do Canadá, ele teve de revalidar seu diploma e fazer diversas provas, inclusive de língua francesa (falada no Québec), para ganhar a permissão para atuar.
O fato de muitos médicos estrangeiros atuarem no Canadá facilitou a adaptação, diz Cury. “Nunca senti preconceito em relação a ser de fora ou em relação a ser brasileiro”, afirma.
“Acho que o aspecto humano do médico brasileiro é uma coisa que chama a atenção de qualquer população. Quando o brasileiro vem para cá, faz sucesso entre os pacientes. Essa forma carinhosa que o brasileiro tem é um ponto positivo.”

Recrutamento de estrangeiros
A demanda por médicos levou o Ministério da Saúde e Serviços Sociais do Québec a criar há mais de dez anos um programa de recrutamento, o Recrutement Santé Québec, para atrair profissionais formados em outros países.
Esses médicos precisam ser aprovados pela ordem profissional de médicos, o Collège des Médicins du Québec, equivalente a um CRM (Conselho Regional de Medicina) no Brasil.
As regras do programa incluem ainda a aprovação em testes e cursos de treinamento, e o recrutamento não vale para áreas universitárias, como Montreal, mas somente para áreas onde há muita demanda.
Segundo a assessoria de imprensa do projeto, desde seu início, em 2003, o programa já recebeu 62 inscrições do Brasil. Desses candidatos, 12 obtiveram licença para atuar no Québec, sendo três recrutados como professores. Atualmente, nove deles permanecem no programa.

Fonte: UOL

Manifesto por um Brasil mais rico, não um Brasil mais caro

Na Idade Média, o tratamento para a peste bubônica era forçar o doente a penitenciar-se com um padre. Buscava-se tratar sintomas como febre, calafrios e delírio através da graça de Deus. O resultado: um terço da população europeia foi dizimada pela peste.
De lá para cá, muito mudou, mas nem tanto assim. Vários tratamentos médicos continuam lidando exclusivamente com os sintomas e não as causas das doenças. Na economia, também.
 
Na história brasileira, há mais casos de tratamentos de sintomas de problemas econômicos do que episódios onde as verdadeiras razões dos desarranjos foram confrontadas.

Nesta semana, tivemos mais um. Para lidar com dificuldades da nossa indústria, o governo e o Banco Central vem adotando uma série de medidas, incluindo redução temporária de impostos para alguns subsetores, aceleração da queda da taxa de juros, adoção de restrições à entrada de capitais estrangeiros para enfraquecer nossa moeda e elevação de impostos sobre produtos importados.

Além de sujeitarem o país a eventuais retaliações comerciais, estas medidas criam um Brasil mais caro, não mais rico. Quem pagará a conta do encarecimento dos produtos importados e da redução da competição com os nacionais é você, o consumidor. Aliás, já paga. No ano passado, impostos sobre importação arrecadaram mais que o Imposto de Renda Pessoa Física. Você pagou ambos. Os primeiros, nos preços elevadíssimos praticados no Brasil e o IRPF, na fonte.

A própria indústria, beneficiária no curto prazo, acaba perdendo no longo prazo, à medida que a elevação de preços reduz o número de consumidores que podem arcar com preços mais elevados.

O governo deve, sim, adotar medidas enérgicas para elevar a competitividade do país. Para isso, precisa cortar gastos públicos excessivos e de péssima qualidade. Somos pouco competitivos e nossos preços são elevados porque, no Brasil, compramos o produto ou o serviço e pagamos junto nosso governo gastão.
Não raro, pagamos duas vezes pelo mesmo serviço. Saúde e educação são exemplos óbvios. Através de nossos impostos, pagamos os sistemas públicos, mas, devido à baixa qualidade, quem pode paga também por serviços privados.

Com menos gastos públicos, os impostos também cairiam e, com eles, os preços. Com preços menores, o consumo aumentaria e a geração de empregos também.
Sobrariam mais recursos para investimentos em infraestrutura, reduzindo custos de transporte, energia, comunicação, etc. O governo necessitaria de menos dinheiro emprestado, permitindo que a taxa de juros caísse, sem gerar desequilíbrios. Juros menores atrairiam menos capital estrangeiro, levando a uma taxa de câmbio menos apreciada.

Menos gastança governamental e impostos são a receita para um país mais rico. Mais impostos sobre produtos importados constroem apenas um país mais caro.
Nossa presidente tem reclamado do tsunami financeiro dos países ricos – que ela não controla – mas não tem atacado sistematicamente o tsunami de gastos públicos, sob seu controle.
Fonte: RICAM

Sem compromisso

Dilma não assina acordo mundial para preservação de florestas e vai na contramão dos defensores do meio ambiente, exatamente no ano em que o Brasil aumentou o desmatamento em 30%

A presidenta Dilma Rousseff chegou a Nova York na madrugada da terça-feira 23 certa de que estaria no centro dos holofotes da comunidade internacional pelos próximos dois dias. Naquela manhã faria um discurso na Cúpula do Clima ONU e na quarta-feira abriria a 69ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, como fazem todos os presidentes brasileiros desde a criação da organização, no fim da Segunda Guerra Mundial. Pouco mais de seis horas depois de pousar no Aeroporto JFK, Dilma subiu ao principal púlpito da ONU para contar ao mundo o que o Brasil tem feito para conter a destruição da maior floresta tropical do mundo. Mostrou números de fôlego, como a redução da área desmatada na Amazônia Legal em quase 80% desde 2004 e uma redução anual nas emissões de CO² de 650 milhões de toneladas. Os bons resultados, no entanto, não evitaram que a presidenta brasileira – o Brasil, por consequência – saísse da Conferência como uma das vilãs no combate ao fim do desmatamento mundial.
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Dilma decidiu ir na contramão da maior parte dos países, empresas e integrantes da sociedade civil comprometidos com o meio ambiente. Por pequenas divergências, a presidenta brasileira decidiu que o Brasil não faria parte da Declaração de Nova York contra o desmatamento, uma carta de intenções que tem como objetivo reduzir pela metade o desmatamento no mundo até 2020 e eliminar por completo a destruição de florestas em 2030. A decisão de Dilma colocou o País ao lado das nações que tradicionalmente se opõem aos esforços internacionais de redução na emissão de CO² e de proteção à natureza, como Índia e China, que também se abstiveram de assinar o acordo.
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A Declaração de Nova York foi o documento mais importante da Cúpula do Clima da ONU, que reuniu boa parte dos líderes dos 193 países que compõem as Nações Unidas. Estavam lá o presidente americano, Barack Obama, o premiê inglês, James Cameron, e celebridades como o ex-vice-presidente dos Estados Unidos e vencedor do Nobel da Paz Al Gore e o astro de Hollywood Leonardo DiCaprio. Dois dias antes, mais de 400 mil pessoas marcharam em Nova York exigindo mais comprometimento dos líderes globais com as questões ambientais. “É preciso tomar decisões agora para salvarmos o planeta e o que está proposto na Declaração de Nova York significa reduzir mais CO² do que todas as emissões dos Estados Unidos anualmente”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se referindo ao segundo país mais poluidor do mundo, atrás apenas da China.
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RECUSA
Dilma não aceitou assinar a Declaração de Nova York porque o Brasil
só foi convidado para discutir o assunto após o debate ter sido iniciado

O documento, assinado por mais de 30 países e dezenas de grandes companhias mundiais e organizações não governamentais, prevê metas ambiciosas, como o fim de toda e qualquer destruição de florestas no mundo até 2030 e a recuperação de mais de 350 milhões de hectares – uma área superior à ocupada pela Índia hoje – de matas nativas ao redor do planeta. Além disso, a Declaração, que na prática é apenas uma carta de intenções, prevê que os países ricos destinem até US$ 1 bilhão às nações pobres no auxílio à contenção do desmatamento e ao financiamento de atividades econômicas que possam substituir os ganhos financeiros com a destruição das florestas. “Não há tempo a perder. Nós acreditamos que qualquer companhia que tenha a floresta de alguma forma em sua cadeia de suprimentos precisa tomar ações já”, disse Aida Greenburfy, diretora de sustentabilidade da Asia Pulp and Paper, uma das gigantes mundiais da produção de papel.
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Dilma decidiu que o Brasil ficaria de fora basicamente por duas razões. A primeira é quase infantil. De acordo com o governo brasileiro, o País só foi convidado para discutir o tema depois que as conversas já haviam sido iniciadas. A segunda, essa mais prática, é que o Brasil tem um código florestal que permite que haja tanto desmatamento controlado quanto o manejo para extração de madeira. “O País foi coerente em não assinar. Poderíamos ficar em uma situação complicada do ponto de vista jurídico”, afirmou Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral da ONG WWF no Brasil, em artigo escrito no jornal “O Estado de S. Paulo”.
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Fonte: Isto é

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Presidenta Dilma discursa na 69º Assembleia da ONU

A presidenta Dilma Rousseff abriu, na manhã desta quarta-feira (24/09), a 69º Assembleia da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque (EUA). Confira a íntegra do discurso.



Fonte: Youtube

69ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas começou dia 24 de setembro. Entenda por que o Brasil é sempre o primeiro a discursar.

O debate geral anual da Assembleia Geral da ONU, que conta com a participação de chefes de estado e de governo de todo o planeta, começou na quarta-feira, 24 de setembro, e termina na terça-feira, 7 de outubro.
Fundada em 1945 sob a Carta das Nações Unidas, a Assembleia Geral ocupa uma posição privilegiada como o centro deliberativo, formulador de políticas e órgão representante das Nações Unidas. Composto por todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas, fornece um fórum único para a discussão multilateral de todo o espectro de questões internacionais abrangidas pela Carta. Desempenha também um papel significativo no processo de normalização e codificação do direito internacional.
Como é tradição desde a primeira Assembleia Geral, que aconteceu em 1947, o Brasil abrirá a sessão. Muitos dizem que esse  privilégio foi concedido ao Brasil por ser o primeiro país a se tornar membro das Nações Unidas, mas isso não é verdade. A ONU foi fundada por 50 países, em 1945, quando foi divulgada sua Carta.
Essa tradição começou na primeira Assembleia-Geral da ONU, onde o o então ministro das Relações Exteriores, Oswaldo Aranha, discursou. Não se sabe ao certo o motivo do nosso país ser o escolhido para sempre inaugurar o evento mais importante da ONU, alguns estudiosos afirmam ser para evitar as tensões entre Estados Unidos e União Soviética, uma vez que o Brasil era considerado um país neutro no contexto pós-Segunda Guerra Mundial, início de Guerra Fria.  Outra teoria alega que essa foi uma compensação para o fato de nosso país ter ficado de fora do Conselho de Segurança, um posto que o Itamaraty ainda almeja.
Embora não seja citado em nenhum estatuto oficial da ONU que o Brasil faça o discurso inaugural da assembleia, esse costume se manteve ao longo dos anos, até mesmo no período da ditadura militar (1964-1985), quando no lugar do presidente, a chancelaria do Itamaraty passou a representar oficialmente o país na Assembleia Geral.

Fonte: CEDIN

Vaticano prende ex-núncio acusado de pedofilia

O polonês Jozef Wesolowski era núncio na República Dominicana. Ele foi afastado no começo deste ano, e mora em Roma.


O Vaticano disse nesta terça-feira (23) que prendeu um ex-arcebispo acusado de pagar por sexo com crianças enquanto era um núncio apostólico (embaixador do Papa) na República Dominicana, informa a agência Reuters.

Jozef Wesolowski está em prisão domiciliar, informou o Vaticano em um comunicado.

Wesolowski é a figura mais proeminente da Igreja a ser presa desde que Paolo Gabriele, um ex-mordomo papal, foi condenado em 2012 por roubar e vazar documentos privados do Papa Bento XVI.

Diferente de Gabriele, Wesolowski não foi detido na prisão do Vaticano, poucos quartos anexados a um tribunal, mas foi colocado em prisão domiciliar em um apartamento do Vaticano por razões médicas.

Wesolowski foi afastado por um tribunal do Vaticano no começo deste ano e aguardava julgamento e acusações criminais. De acordo com a France Presse, o Vaticano abriu nesta terça um julgamento criminal contra o ex-núncio por pedofilia.

Ele estava morando em liberdade em Roma, e vítimas de abuso sexual pediam sua prisão, expressando preocupação de que ele pudesse fugir.

Vaticano disse que esta detenção reflete o desejo do Papa Francisco “que um caso tão grave e delicado seja tratado sem atraso, com rigor justo e necessário”.