quinta-feira, 24 de julho de 2014

Israel critica postura do governo brasileiro sobre conflito em Gaza

O governo de Israel criticou a postura do governo brasileiro de convocar o embaixador em Tel Aviv para consultas e a publicar duas notas, em uma semana, considerando inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. No texto divulgado ontem (23), o Brasil “condena energicamente o uso desproporcional da força” por Israel na Faixa de Gaza.
Em comunicado à imprensa, o Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio do porta-voz, Yigal Palmor, manifestou “desapontamento” diante da convocação do embaixador brasileiro. “Israel manifesta o seu desapontamento com a decisão do governo do Brasil de retirar seu embaixador para consultas. Esta decisão não reflete o nível das relações entre os países e ignora o direito de Israel de se defender. Tais medidas não contribuem para promover a calma e a estabilidade na região. Em vez disso, eles estimulam o terrorismo, e, naturalmente, afetam a capacidade do Brasil de exercer influência”, informa o texto.
Yigal Palmor disse que “Israel espera o apoio de seus amigos em sua luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista por muitos países no mundo”. Jornais israelenses noticiaram críticas mais duras do porta-voz. De acordo com o jornal judaico  The Jerusalem Post, Palmor disse que “essa é uma demonstração lamentável de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático", e acrescentou que "o relativismo moral por trás deste movimento faz do Brasil um parceiro diplomático irrelevante, aquele que cria problemas em vez de contribuir para soluções".
Na nota publicada nessa quarta-feira, o Ministério de Relações Exteriores também reiterou seu chamado a um “imediato cessar-fogo” entre as partes. O Itamaraty explicou que, diante da gravidade da situação, votou favoravelmente à resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que condena a atual ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza e cria uma comissão internacional para investigar todas as violações e julgar os responsáveis.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também reagiu. “A Confederação Israelita do Brasil vem a público manifestar sua indignação com a nota divulgada pelo nosso Ministério das Relações Exteriores, na qual se evidencia a abordagem unilateral do conflito na Faixa de Gaza, ao criticar Israel e ignorar as ações do grupo terrorista Hamas”, destaca o texto.
“Uma nota como a divulgada nesta quarta-feira só faz aumentar a desconfiança com que importantes setores da sociedade israelense, de diversos campos políticos e ideológicos, enxergam a política externa brasileira”, criticou a Conib, representante da comunidade judaica brasileira, que disse compartilhar da preocupação do povo brasileiro e expressar “profunda dor pelas mortes dos dois lados do conflito”, além de também esperar um cessar-fogo imediato.
Na nota publicada no dia 17 de julho, o governo brasileiro afirmou que “condena, igualmente, o lançamento de foguetes e morteiros de Gaza contra Israel”. O Brasil e a Alemanha são os únicos países a ter relações diplomáticas com todos os membros das Nações Unidas. Ontem, foi um dos 29 países a votar a favor da resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Houve 17 abstenções e apenas um voto contra, dos Estados Unidos. Além do Japão, todos os países europeus presentes, incluindo a França, o Reino Unido e a Alemanha, optaram pela abstenção.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

M.Officer pode ser banida de São Paulo por trabalho escravo

 Ministério Público do Trabalho de São Paulo pediu à Justiça em ação pública que a M5, holding da marca M. Officer, seja responsabilizada pela "existência de trabalho em condições análogas à de escravo em sua cadeia produtiva".
Além de multa de 10 milhões de reais por danos morais e dumping social (obtenção de vantagens com relação aos concorrentes de maneira ilegal), o MPT pede que a rede de lojas seja proibida de atuar no estado de São Paulo. 
Baseado na Lei Bezerra, que foi aprovada em janeiro de 2013 e regulamentada em junho do mesmo ano, o Ministério Público pede que o registro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) seja cassado.
Isso impede que a empresa atue no estado. Além disso, os responsáveis por ela ficam proibidos de exercer qualquer atividade dentro do mesmo ramo por até 10 anos.
Não é a primeira vez que a M. Officer é envolvida em  acusações de trabalho análogo ao escravo.
Em novembro de 2013, a rede de lojas teve 1 milhão de reais em bens bloqueados depois que duas vistorias em oficinas prestadoras de serviço encontraram e libertaram oito bolivianos que trabalhavam em condições análogas à escravidão. A decisão foi revogada por um desembargador do Ministério da Justiça do Trabalho.
O Ministério Público concluiu, agora, que o caso não foi isolado e que a marca utilizava essa forma de trabalho de forma sistemática e corriqueira em sua cadeia produtiva.
Em resposta aos questionamentos, a M5 emitiu a seguinte nota:
“A M5 ainda não foi notificada da ação judicial ora noticiada, pelo que está impossibilitada de se manifestar a respeito do seu teor. Ainda assim, ratifica seu posicionamento no sentido de que cumpre integralmente todas as obrigações trabalhistas que incidem sobre o exercício de suas atividades empresariais, nos exatos termos e em respeito à legislação em vigor, bem como de que não possui qualquer responsabilidade sobre os fatos ora noticiados, consoante será oportunamente demonstrado perante o Poder Judiciário''.
Fonte: Exame

terça-feira, 22 de julho de 2014

Minissérie - Guerras Mundiais

Minissérie em 6 episódios, que traz a história de uma geração de homens que lutaram como soldados nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e que se tornaram líderes na Segunda Guerra Mundial. Hitler, Churchill, De Gaulle, MacArthur, Patton, Stalin e Mussolini hoje são conhecidas lendas globais, e fizeram parte das duas guerras sangrentas que abalaram a humanidade por 30 anos. Desde as primeiras batalhas, eles souberam o quanto lhes custaria subir ao poder, lutando por suas vidas na linha de frente. As lições que aprenderam ali os moldou, e os revelou quando o combate irrompeu de novo. Alguns se tornaram heróis, forjados pela coragem debaixo de fogo; outros, despontaram como os vilões mais infames que o mundo já viu. Reconstituir as guerras mundiais dessa forma, é contá-la através desses homens em uma abordagem única e inédita: a Primeira Guerra os mudou e na Segunda Guerra, eles mudaram o mundo.

28, 29 e 30 de julho, às 22h., no canal History.



Oportunidade de emprego - UNOESCO e UNICEF

UNESCO
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) tem o objetivo de contribuir para a paz e a segurança no mundo por meio da disseminação da educação, da ciência, da cultura e da comunicação.
Há vagas tanto para projetos da UNESCO no Brasil (áreas variadas), quanto para o escritório da organização aqui, que fica em Brasília (Assistente Executivo Bilíngue). Confira as especificações de cada uma na página de vagas da UNESCO.
UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (em inglês, United Nations Children’s Fund, ou apenas UNICEF) é um órgão da ONU que tem como objetivo promover a defesa dos direitos das crianças, atender a suas necessidades e contribuir para o seu desenvolvimento.
No Brasil, o UNICEF tem um escritório nacional em Brasília e oito escritórios regionais sediados em Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo. Alguns desses estão procurando profissionais.
As vagas são para os cargos de Communication SpecialistCommunication OfficerProgramme Assistant e os locais de trabalho são Brasília, Rio de Janeiro e Salvador. Confira na página de vagas da UNICEF as especificações de cada uma.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Conselho de Segurança fará reunião de emergência para discutir queda de avião da Malaysia Airlines

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá na sexta-feira para discutir a queda de um avião da Malaysia Airlines em uma área controlada por separatistas no Leste da Ucrânia, o que elevou a tensão do conflito ucraniano e matou 298 passageiros de várias nacionalidades.
A principal suspeita é de que um míssil terra-ar tenha sido utilizado para derrubar, nesta quinta-feira a aeronave, que saiu de Amsterdã com destino a Kuala Lumpur. Os lados opostos do conflito ucraniano — russos e rebeldes contra o governo central de Kiev e o Ocidente — fizeram acusações mútuas sobre a autoria do suposto ataque.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu então uma “investigação internacional completa e transparente” sobre a fatalidade, que deixou estimados 298 mortos. A reunião foi solicitada pelo Reino Unido.
Mais cedo, os Estados Unidos afirmaram que o Boeing 777 da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil, informaram fontes do governo aos principais meios de comunicação americanos. O voo MH17 partira da Holanda às 12h14m (horário local) com 295 pessoas a bordo, 283 passageiros e 15 tripulantes. Segundo as autoridades ucranianas, não parece haver sobreviventes. Os EUA se disseram "horrorizados" e pediram uma investigação 'rápida' e sem obstáculos' sobre queda de avião.
Pelo menos cem corpos foram observados num raio de 15 quilômetros. Entre as vítimas, estão 154 holandeses, 27 australianos e 23 malaios, segundo a companhia aérea. Outras fontes indicam ainda a presença de 23 americanos, nove britânicos e quatro franceses, incluindo 80 crianças. Vários passageiros tinham como destino final uma conferência sobre Aids na Austrália.
O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, disse suspeitar que os rebeldes apoiados pela Rússia estavam por trás do disparo contra o avião.
Um sistema de radar teria detectado um míssil terra-ar seguindo a aeronave pouco antes de ela cair, informou uma fonte à rede CNN. Um segundo sistema detectou um rastro de calor. Os Estados Unidos analisam agora a trajetória para saber de onde a arma foi disparada, disse a fonte.
A informação reforça a declaração que o vice-presidente Joe Biden deu em viagem a Detroit.
- Aparentemente... E digo aparentemente porque não temos todos os detalhes ainda, foi derrubado. Não foi um acidente. Houve uma explosão no ar - disse Biden.
O Ministério do Interior ucraniano afirmou que o Boeing 777 foi, provavelmente, abatido por um míssil Buk terra-ar ao atravessar a área em conflito, onde separatistas travam uma luta contra o governo. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, também descartou um acidente e determinou a criação de uma comissão para investigar o caso.
"Isso não é nem um acidente, nem uma catástrofe, é um ato terrorista", afirmou o porta-voz, Sviatoslav Tsegolko, no Twitter, atribuindo a declaração a Poroshenko e usando uma expressão normalmente utilizada para se referir aos separatistas.

PUTIN DIZ QUE REBELDES NÃO TÊM CONDIÇÕES DE OPERAR EQUIPAMENTO
Mas tanto o governo russo, quanto os separatistas do Leste ucraniano e também Kiev negaram envolvimento na queda do avião. A Rússia e a Ucrânia possuem mísseis Buk, e funcionários do Ministério da Defesa e da Segurança Nacional ucranianos informaram que os rebeldes também têm o armamento. Segundo os separatistas, o avião teria sido abatido por um jato ucraniano.
Em uma ligação telefônica, o presidente russo, Vladimir Putin, conversou sobre a tragédia com presidente dos EUA, Barack Obama, informou o Kremlin. Os dois líderes haviam marcado uma chamada para discutirem a crise ucraniana quando receberam informações dos controladores de tráfego aéreo sobre o acidente.
Putin, afirmou desconhecer que os rebeldes tivessem lançadores de mísseis Buk. E, segundo ele, mesmo que o possuíssem, não seriam capazes de operá-lo. Uma versão de que o alvo poderia ser o presidente russo foi noticiada pela agência estatal do país.
— Posso dizer que o avião do presidente russo e o Boeing malaio se cruzaram no mesmo ponto e no mesmo nível de voo. Isso aconteceu perto de Varsóvia, numa altitude de 10.100 metros. O avião do Vladimir Putin estava lá às 16h21m, hora de Moscou, o avião malaio às 15h44, hora de Moscou — disse uma fonte da Aviação Russa.
Partes dos destroços do voo MH17 da Malaysia Airlines
no Leste da Ucrânia - 
MAXIM ZMEYEV / REUTERS

Putin enviou "profundas condolências" ao primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, que disse estar "chocado com a notícia". O premier britânico, David Cameron, também expressou tristeza pelo acidente.
O governo ucraniano, no entanto, resgata os acontecimentos dos últimos dias para provar que se tratou de um ataque.

— Este é o terceiro incidente trágico nos últimos dias depois de aeronaves militares ucranianas An-26 e SU-25 terem sido derrubadas a partir do território russo. Nós não descartamos que este avião também tenha sido abatido e ressaltamos que o Exército não tomou nenhuma ação para destruir alvos no ar — acrescentou Poroshenko.

UCRÂNIA TERIA PROVAS CONTRA RÚSSIA, DIZ EMBAIXADOR
O chefe de segurança do Estado da Ucrânia, Valentyn Nalivaychenko, foi mais direto e acusou dois oficiais russos de envolvimento na derrubada do avião, afirmando que eles devem ser punidos "por seus crimes". Nalivaychenko alega basear sua acusação em interceptações de conversas telefônicas. Segundo o embaixador ucraniano na ONU, Yuriy Sergeyev, o país vai apresentar provas do envolvimento da Rússia na queda do Boeing. Kiev também denunciou que separatistas armados estão prejudicando os trabalhos de busca no local da queda.
A Malysia Airlines confirmou o acidente da aeronave. O voo utilizava o código KL4103 e era compartilhado com a holandesa KLM.
A tripulação não relatou problemas durante o voo. Uma fonte não identificada das forças de segurança ucranianas, citada pela Interfax, disse que o avião desapareceu do radar a uma altura de 10 mil metros.
Equipes de resgate recuperaram uma caixa-preta nesta sexta-feira do avião da Malaysia Airlines. Os socorristas, no entanto, não conseguiram especificar se é a caixa que registra as conversas da tripulação ou a que armazena os dados técnicos do voo.
Inicialmente, separatistas pró-russos disseram ter encontrado uma caixa-preta que poderia ser do avião, mas depois negaram a informação.


AJUDA DE SEPARATISTAS NAS INVESTIGAÇÕES
Os rebeldes pró-Russia permitirão aos investigadores ter acesso de forma segura ao local onde caiu a aeronave, anunciou nesta sexta-feira a Organizaçao para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce).
Durante um videoconferência entre a Osce, Rússia e a Ucrânia com a participação dos separatistas, estes aceitaram oferecer um "acesso seguro a uma comissão nacional de investigação acompanhada de investigadores internacionais", indicou a Osce em um comunicado.
Segundo o militar Dmitry Tymchuk, o avião da Malaysia Airlines caiu perto da cidade Shajtarsk, na região de Donetsk, a 60 quilômetros da fronteira russa. A área é controlada por separatistas pró-Rússia, que estão lutando contra o exército ucraniano.
Testemunhas da cidade de Torez, na região de Donetsk, contaram à agência RIA Novosti que os destroços de avião e os corpos foram localizados nas proximidades. Um repórter da Reuters relatou que dezenas de corpos estavam espalhados em torno dos restos da aeronave, e um socorrista afirmou ter visto pelo menos cem corpos. Um vídeo publicado na internet nesta quinta-feira mostra fumaças que seriam da aeronave após a queda.
Companhias aéreas da Malásia confirmaram o acidente e afirmaram que vão lançar um comunicado em breve. O acidente vem apenas meses depois do voo MH370 da Malaysia Airlines desaparecer em 8 de março.
Mais cedo, Kiev acusou um jato russo de derrubar um caça ucraniano SU-25 sobre o Leste do país, no terceiro caso relatado esta semana de avião abatido por um míssil. O governo ucraniano havia dito anteriormente que um cargueiro militar An-16 foi derrubado na segunda-feira provavelmente por um míssil disparado do território russo. Duas das oito pessoas a bordo da aeronave morreram.
Na quarta-feira, um outro SU-25 foi atingido por disparos de rebeldes, mas o piloto conseguiu fazer o avião aterrissar, com poucos danos. Nesse caso o governo ucraniano não acusou a Rússia de envolvimento direto.



Fonte: O Globo

VIII CADH – Curso Anual de Direitos Humanos

A oitava edição do CADH será realizada entre os dias 15 e 19 de setembro de 2014, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis - SC.

Temas:
O foco dessa edição é a proteção internacional dos direitos humanos e terá como temas principais os Sistemas Interamericano e Universal. O curso será dividido em dois módulos, um para cada Sistema, e contará com oficinas temáticas de litígio estratégico: direitos das mulheres, sistema prisional e discriminação racial.

 
 
Inscrições:
As inscrições devem ser feitas por meio do preenchimento do formulário online -  http://www.iddh.org.br/v2/contato/inscricoes/

Valores:
Módulos - R$250 cada
Oficinas - R$50 cada
Todas as atividades (dois módulos e três oficinas) - R$600
 
Os valores poderão ser parcelados em até duas vezes, respeitados os prazos indicados abaixo.
Pagamento em 2 parcelas – 20/07 e 20/08
 
Data final para pagamento total – 20/08
 

domingo, 13 de julho de 2014

O internacionalista e o direito internacional

O internacionalista que deseja se inserir na área do Direito Internacional precisa saber, primeiramente, que esta é uma área fascinante do Direito. Isso porque, primeiro, ela dialoga com inúmeros outros ramos do saber, como a Filosofia, a Sociologia, a Economia e a História; e também porque está presente no dia a dia das relações internacionais, já que o Direito Internacional é o meio pelo qual elas preferencialmente tomam forma. A título de exemplo, citamos os tratados internacionais celebrados em nome da paz ou do comércio, ou as próprias organizações internacionais, criadas também por tratados, e usadas como espaço de deliberação sobre os principais temas da agenda internacional.
Dito isso, a questão que se põe é como acessar a prática e o estudo do Direito Internacional. O caminho básico começa pela graduação em Direito, que dará ao jovem internacionalista ferramentas práticas e teóricas fundamentais, além do título de Bacharel em Direito. Com esse título, o jovem poderá prestar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em que, se aprovado, poderá exercer profissão de advogado. A prática da advocacia no Brasil só é permitida a quem seja membro da OAB (assim como em outros países, com suas respectivas associações). Digo isso pois existem algumas atividades, como postular ações perante os tribunais, que são exclusivas do advogado.
Claro que o Bacharel em Direito não tem só a advocacia para exercer. Ele pode ser, mediante concurso público, juiz, promotor público, defensor e professor. Agora, o concurso que muitos Bacharéis em Direito prestam e que é de particular interesse do internacionalista é o do Instituto Rio Branco, para ingressar nos quadros do Ministério das Relações Exteriores e tornar-se um diplomata. Esse concurso traz como única exigência ter o candidato um curso superior, não importando qual seja: Direito, Economia, Relações Internacionais, Medicina, Engenharia, História, Letras e por aí vai. O interessante é que, mesmo não sendo formado em Direito, sendo um diplomata o internacionalista terá a oportunidade de lidar diariamente com o direito internacional, bilateral e multilateralmente. Por exemplo: estudando normas internacionais específicas para uma conferência, preparando-se para uma negociação, ou mesmo criando as próprias normas.
Bom, e se o internacionalista já for graduado em outra área e quiser estudar e praticar o Direito Internacional? Há espaço para ele também. Para começar, estudar o Direito Internacional em nível de pós-graduação não é, em algumas instituições nacionais e internacionais, exclusivo para Bacharéis em Direito. O jovem graduado em Relações Internacionais, Economia, Ciências Sociais, História, não importa qual curso, poderá estudar o Direito em pós-graduação, seja no Brasil, seja no exterior. Claro que algumas instituições exigem do candidato à pós um número mínimo de créditos de Direito cursados na graduação, ou mesmo a própria graduação em Direito, mas nem todas.
Em relação à prática, ele não poderá exercer a advocacia no Brasil (salvo se seguir o caminho indicado acima) relacionada a questões internacionais. Por exemplo, na defesa de direitos humanos perante os tribunais, celebração de contratos, defender interesses de estrangeiros no país, enfim. No entanto, alguns cargos e posições profissionais relacionados ao Direito Internacional não exigem, como requisito essencial, uma habilitação profissional. Isso acontece com um funcionário de uma OI, por exemplo. Eis, portanto, mais um ótimo atrativo: é possível que uma pessoa que não seja advogado tome parte em tarefas relacionadas ao Direito Internacional, como negociações de tratados, estudo e defesa de direitos humanos, comércio internacional etc. Outro caso são as ONGs, que podem recrutar profissionais de várias áreas que, de uma forma ou outra, trabalharão com Direito. Ainda restarão algumas situações em que um advogado deverá atuar, não necessariamente por estar habilitado em Direito, mas pela especialidade e experiência exigidos pela própria tarefa.
É importante ressaltar, assim, que pode ser difícil para o internacionalista que não seja graduado em Direito atuar diretamente com o Direito Internacional. Isso porque muitas OIs, muitas ONGs e mesmo algumas instituições de ensino exigirão a graduação em Direito, e experiência na área, para contratar o profissional. A razão está no fato de ser o Direito mais do que uma ciência. Ele é também uma técnica, um repertório de práticas, e isso é essencialmente transmitido ao longo graduação e da experiência profissional.
Assim, o Direito não está fechado aos profissionais de outras áreas, mas infelizmente a graduação em Direito e a experiência prática podem ser um obstáculo na academia e na busca por um cargo internacional. Mas sempre, de uma forma ou de outra, o internacionalista estará lidando com o Direito Internacional ao se embrenhar nas relações internacionais. E verá, assim, como ele é estimulante em seus valores e em seus desafios!
Por Gustavo Macedo

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Como se preparar para a carreira diplomática

Passar no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) é um sonho para muitos internacionalistas. Pessoalmente, acredito que seja o grande sonho da maioria deles; mas, infelizmente, não há nenhuma receita que garanta a aprovação. Tentei diversas estratégias, conheço colegas que tentaram muitas outras; alguns foram aprovados, e outros não. Não há receita pronta, mas algumas dicas não farão mal a ninguém, certo?
Quero ser diplomata há bastante tempo. Durante a faculdade, soube do grau de dificuldade em ser aprovado no CACD. Resolvi que não sacrificaria os estudos universitários com o objetivo estrito de passar no concurso, porque já havia descoberto que era necessário tempo e dinheiro para isso. São raros os casos das pessoas que, nos anos mais recentes, têm sido aprovadas assim que terminam a faculdade, porque, além da grande competição entre concorrentes extremamente preparados, a duração e a dificuldade do concurso demandam maturidade.
Além disso, decidi que era muito importante fazer estágio e conseguir emprego, porque não havia nenhuma garantia de que eu seria aprovado no concurso. Fazer estágio e trabalhar foi muito importante para mim, em meu crescimento pessoal, muito mais do que com artifícios e recursos para as provas. Apenas após um prazo trabalhando, resolvi abandonar tudo e me focar nos estudos para o CACD, porque já me sentia preparado para encarar uma maratona até as provas.
Fui aprovado no CACD 2013, um concurso bem diferente do de 2014. Em 2014, além da queda no número de vagas oferecidas (de 30 para 18), alteraram-se pontos substantivos do edital, como o fim das questões de múltiplas escolhas na primeira fase, a fusão de geografia e política internacional na terceira fase e as mudanças nas provas de francês e de espanhol. Por esse motivo, é difícil falar com propriedade para candidatos de provas futuras, porque o modelo aplicado até 2013 pode não se repetir mais.
Se eu pudesse passar um único conselho, porém, ele seria: pratiquem! Depois de um ano de estudo, depois de dominar o básico de cada matéria, privilegiem os exercícios. Um livro a mais, que lhe tome horas entre leitura e fichamento, não lhe será tão útil quanto as mesmas horas aplicadas a exercícios. O livro servirá, no máximo, para lhe garantir um ponto a mais; os exercícios poderão ajudá-lo mais do que isso, principalmente em matérias em que o grau de ineditismo é baixo, como economia ou direito. Apenas quando tiver muitas dúvidas, volte para as bibliografias básicas do tema e as estude com afinco, ou quando estiver seguro o suficiente de que está preparado para fazer mais de 70% na primeira fase do exame, volte aos livros para aparar algumas arestas e já fortalecer a preparação para as fases seguintes.
large__8531151660
Se a grande dica é a prática, como ela deve ser feita? Tanto com a realização de exercícios inéditos, quanto com a de exercícios antigos. Como eu disse, nem todas as matérias são originais. Muitos itens podem ser demasiadamente parecidos com outros cobrados em concursos anteriores (mesmo outros que não sejam o CACD). Na Internet, há diversos sites com questões de concurso resolvidas, assim como existem diversos livros que as compilam. Busquem as questões do CESPE, das matérias que são cobradas no CACD, principalmente tiradas de provas de um nível mais alto.
Se eu pudesse passar um único conselho, ele seria: pratiquem! Depois de um ano de estudo, depois de dominar o básico de cada matéria, privilegiem os exercícios.
A cooperação com os colegas também é bastante útil para a primeira fase. Recomendo fortemente a organização de duplas ou de grupos de estudo. Assim, o candidato consegue superar tanto a falta de dinheiro, quanto a falta de tempo. Como? Ele pode se matricular em apenas 1 ou 2 matérias do cursinho, enquanto seus colegas do grupo fazem o mesmo. Durante as reuniões, eles discutem os simulados, ficando aquele que faz as aulas da matéria encarregado de explicar o gabarito, quando há dúvidas, e de passar dicas e informações dadas em aula para aqueles que não fazem a matéria em discussão. Desse modo, cada um investe o quanto pode investir em matérias a serem cursadas, todos fazem os simulados, os gabaritos são sempre discutidos (e as dúvidas, sanadas), e o tempo é mais bem alocado. Estudando junto com outras pessoas, a sua chance será ampliada, bem como a de seus colegas, tornando-se mais possível que todos estejam ao seu lado no dia da prova da 2a Fase. Participei de um grupo de estudos que depois se tornou uma dupla – e qual foi o resultado? A minha dupla foi aprovada comigo ao final do CACD, com uma nota apenas um centésimo menor do que a minha.
A respeito da segunda e da terceira fases, refinamento teórico é bastante importante, com um bom equilíbrio entre argumentos e fatos. Entretanto, a forma é o grande diferencial. Quem chega a essas fases é um candidato preparado em termos de conteúdo. A forma pode fazer toda a diferença. E o que isso significa? Um texto claro, preciso e legível. Simetria entre os parágrafos, uso de bons recursos de linguagem, privilégio a argumentos em detrimento de fatos: tudo isso conta não apenas na redação, mas também em todas as outras disciplinas.
Quanto às línguas estrangeiras, minha principal sugestão é a realização de aulas particulares, mesmo que você tenha bastante fluência. Mais do que nas outras matérias, nas línguas, cada um tem um ritmo muito particular de aprendizado. A prova de inglês costuma ser muito difícil, mesmo para candidatos que moraram em países anglófonos. As provas de espanhol e de francês, embora tenham passado a ser objetivas, cobram algumas peculiaridades que demandam um excelente nível do idioma. Estudar com professor particular, que conheça a sistemática do concurso, aumentará suas chances.
Desejo boa sorte a todos aqueles que desejam tentar o CACD no próximo ano! A caminhada é longa e árdua. Há momentos em que você parece não ter mais vontade de abrir um livro. Toda a batalha valerá a pena. Por fim, não se esqueçam dos “3Fs”: Fé, força e foco.
Sobre o autor: Leonardo Rocha Bento estudou Relações Internacionais na Universidade de São Paulo. Aprovado no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata em 2013, atualmente estuda no Instituto Rio Branco.

ONU faz workshop para treinar organizadores de Modelos das Nações Unidas (MUNs)

As Nações Unidas convidam os organizadores de Modelos da Organização das Nações Unidas para participar do seu workshop de treinamento que acontecerá no Japão em novembro. O objetivo desse encontro é examinar como estas simulações do trabalho da ONU, também conhecidas por sua sigla em inglês,MUN, podem reproduzir de forma mais precisa o processo de negociação que acontece normalmente dentro da Organização.
O treinamento visa dar aos estudantes e educadores uma compreensão básica do regulamento da Assembleia Geral, os debates e discussões dos Comitês da Assembleia Geral e a informação necessária para escrever os rascunhos das resoluções. O encontro também abordará temas relacionados aos deveres e responsabilidades do Secretariado da ONU, o processo de negociação que acontece durante as reuniões informais, como se alcança o consenso, entre outros assuntos.
O prazo de inscrição termina no dia 15 de setembro e não há nenhum custo para a candidatura. No entanto, uma vez selecionados, os professores e alunos escolhidos devem pagar os custos da sua viagem e hospedagem durante os três dias do evento.
Iniciativa do Departamento de Informação Pública da ONU, o workshop será organizado em Tóquio, no Japão, em parceria com a Universidade Meiji e o Centro de Informação da ONU (UNIC Tóquio) na capital japonesa entre os dias 22 e 24 de novembro de 2014.
O seminário é desenhado para estudantes e educadores, que já organizaram simulações ou participaram de algum MUN. Qualquer estudante que tenha um papel de liderança na organização ou participado como delegado também poderá se candidatar. Todos os candidatos devem ter participado de ao menos um Modelo das Nações Unidas antes do workshop e devem ter fluência em inglês.
Toda a informação referente ao processo de candidatura e os critérios para participar do workshop se encontram disponíveis no site UN4MUN.
Fonte: ONU Brasil